quinta-feira, 4 de setembro de 2025



04 de Setembro de 2025
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Sob pressão de Trump, avança acordo Mercosul-UE

Parecia improvável antes do tarifaço aplicado por Donald Trump, mas o rearranjo do comércio internacional patrocinado pelo presidente dos EUA fez avançar o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE). A Comissão Europeia, espécie de órgão executivo equivalente à chefia de governo, apresentou a proposta ao Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado do bloco.

A estratégia será a que havia sido delineada na retomada do tema, em dezembro de 2024: separou apenas a parte comercial do acordo original, que era mais amplo. Dessa forma, não há necessidade de aprovação pelos cerca de 30 parlamentos nacionais e regionais dos Estados-membros da UE.

Com essa pequena manobra, será possível aprovar o acordo pela chamada "maioria qualificada", que significa ao menos 15 países que representem 65% da população, e maioria simples no Parlamento Europeu. Não é tão fácil, mas contorna o principal obstáculo, a resistência declarada da França.

Embora tenha boa probabilidade de aprovação por essa espécie de "fast track" aberta pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não se pode confiar que a tentativa será bem-sucedida. Agora, o nome do jogo é o seguinte: quantos aliados a França conseguirá para tentar evitar a formação da maioria qualificada. E quanto esforço o presidente francês, Emmanuel Macron, vai gastar para isso.

Até o tarifaço, Polônia e Irlanda eram apontados como os candidatos mais óbvios a engrossar a resistência francesa (com o perdão do trocadilho). Depois da bomba de alíquotas, tudo está sob revisão. A Comissão Europeia e sua presidente foram muito criticadas pelo acordo de alto custo para os europeus fechado com Trump.

Agora, precisam recuperar prestígio, e um acordo com o país que virou referência no enfrentamento ao presidente dos EUA pode ajudar a melhorar a imagem. E também nas vendas das indústrias europeias que podem perder mercado americano mesmo com tarifa de 15%. _

RS terá índice próprio de inflação

Estreia hoje, na Expointer, o primeiro índice estadual próprio de preços de alimentos. O RS será o primeiro Estado a contar com esse cálculo, desenvolvido pela Secretaria da Fazenda.

Batizado de Índice de Inflação da Cesta de Alimentos da Receita Estadual (ICA-RE), o indicador medirá a inflação média de 80 produtos alimentícios, com base nos preços registrados nas notas fiscais eletrônicas do varejo. É uma evolução do acompanhamento de preços lançado no ano passado, também na Expointer.

O cálculo permitirá o acompanhamento da variação da cesta completa, por grupo, subgrupos e produto. Será possível consultar o índice por região, o que proporciona retrato mais fiel do custo de vida em diferentes áreas do Estado. O ICA-RE será consultado por variação mensal, acumulado do ano e dos últimos 12 meses, além de recortes específicos, como a inflação registrada entre as empresas do Simples Nacional e da categoria geral.

O indicador ficará disponível no painel interativo Preços Dinâmicos, no portal Receita Dados. Também será divulgado mensalmente no Boletim de Preços Dinâmicos, publicado no primeiro dia útil de cada mês, com dados referentes ao mês anterior. _

IBGC com nova coordenadora

Com 22 anos de atuação, o capítulo Rio Grande do Sul do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) tem uma nova coordenadora-geral.

Escolhida pelo conselho de administração do instituto, Eliana Fialho Herzog terá mandato até 2027 e substitui Michelle Squeff, que ocupava o cargo até agora.

Eliana é conselheira de administração e consultiva e advogada com atuação em governança corporativa, compliance e privacidade de dados. Tem experiência como coordenadora do Fórum de Diversidade em Conselhos do IBGC, capítulo RS, vice-coordenadora do Comitê de Ética e Integridade do IBGC e sócia do escritório Chiapin Herzog Advogados.

Fundado em 1995, o IBGC é uma organização da sociedade civil referência em governança corporativa. O RS foi o primeiro Estado a ter uma unidade própria do instituto. _

Dólar recua após "cartinha"

Depois de três dias seguidos de alta, o dólar teve leve recuo ontem. Baixou 0,4%, para R$ 5,452. E foi justo no dia em que bancos brasileiros receberam "cartinha" do Departamento do Tesouro dos EUA sobre a aplicação da Lei Magnitsky.

Conforme o jornal Valor, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro (Ofac, na sigla em inglês) enviou um texto padrão perguntando sobre ações adotadas, sem entrar em detalhes nem sugerir que as sanções impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes não estariam sendo cumpridas.

Desde o início da semana, a perspectiva dessa correspondência havia provocado queda em ações de instituições financeiras, especialmente do Banco do Brasil. Ontem, recuaram mais 0,4%, moderando a intensidade das vésperas. Entre os bancos nacionais, há dúvidas sobre os limites de suas relações, mesmo em reais, com Moraes.

Aparentemente, o tom da "cartinha" foi considerado mais benigno do que se temia, e o dólar encontrou espaço para o pequeno recuo. Uma reunião de Donald Trump com a Suprema Corte de seu país sobre o tarifaço esteve no radar dos investidores, mas não chegou a pesar muito nas negociações. _

GPS DA ECONOMIA

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