segunda-feira, 22 de setembro de 2025



21/09/2025 - 21h07min
Opiniao da RBS

Investimentos ligados a  tecnologia são um alento para o futuro do Estado

Um dos caminhos apontados para dinamizar a economia gaúcha é o da diversificação de setores com peso na geração de riqueza

Um dos principais desafios do Rio Grande do Sul é voltar a dinamizar a sua economia. O crescimento do Estado ocorre em um ritmo abaixo da média nacional por uma série de fragilidades que se exacerbaram com os eventos climáticos extremos recentes. Um dos caminhos apontados é o da diversificação de setores com peso na geração de riqueza. Entre os segmentos prioritários estão aqueles capazes de gerar inovação, produção de conhecimento e pesquisa que possa ser aplicada. Em resumo, tentar ser também protagonista nos nichos de negócios que mais aceleram o crescimento no mundo.

É dever mostrar que há motivos para ser otimista com a retomada do desenvolvimento 

É alentador, nesse sentido, o compilado trazido pela colunista Giane Guerra na semana passada, mostrando uma série de empreendimentos confirmados ou em negociação que podem consolidar uma espécie de cinturão de tecnologia no entorno de Porto Alegre. São indícios de que é factível percorrer essa trilha, junto a outras empresas já instaladas no RS e centros de tecnologia ligados a universidades. Alguns têm também a finalidade de formar capital humano, matéria-prima essencial para que os negócios na área se desenvolvam. Basilar para o RS atrair novos investimentos. E essencial para fazer do Estado um celeiro ainda maior de startups.

Entre as iniciativas listadas está o Instituto de Tecnologia e Computação (Itec), a ser construído em Gravataí, com aporte de R$ 400 milhões, doados por empresários. Formará cientistas da computação. Prevê significativa oferta de bolsas, reforçando o caráter de benemerência por ser possibilidade de ascensão social para jovens de famílias de estratos mais baixos de renda. 

Outra novidade é o Centro de Competência para Agricultura Digital, com o fim de desenvolver tecnologias para o agronegócio. Trata-se de uma aliança entre o Senai-RS e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), cujo investimento é de ao menos R$ 60 milhões. Terá estruturas em São Leopoldo e na Capital. Setores tradicionais da economia gaúcha também precisam de inovação constante para se manterem competitivos. O centro servirá, da mesma forma, para alargar as fronteiras do conhecimento e forjar talentos. 

Está ainda nesta lista o data center da Scala em Eldorado do Sul, empreendimento de R$ 3 bilhões, mas que aguarda avanços de legislações e de incentivos governamentais para se concretizar. A chilena CMPC, gigante da celulose sediada em Guaíba, prevê dobrar o seu centro de pesquisas e o laboratório fitossanitário. É mais uma iniciativa que prevê aposta em ciência. Também para Guaíba foi anunciado o Aero Centro Integrado de Tecnologia e Inovação (AeroCITI), complexo bilionário que fabricará aviões, capitaneado pela Aeromot. Está ainda em negociação uma unidade de chips de R$ 1 bilhão da empresa Tellescom, em Cachoeirinha.

É uma carteira de empreendimentos que pode alavancar o Estado, estancar o êxodo de talentos e até atrair cérebros. O RS vive um momento complexo após as enchentes e uma sequência desastrosa de estiagens, agravado pela conjuntura de juro altíssimo no país e pelos impactos do tarifaço de Donald Trump. Ainda assim, é dever mostrar que há motivos para ser otimista com a retomada do desenvolvimento gaúcho, em sintonia com a economia do futuro. 

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