Lula tem de aproveitar fresta aberta por Trump
Depois do breve encontro na ONU, e da declaração de Donald Trump de que os dois se abraçaram e que tiveram "uma química excelente", o presidente Lula tem de aproveitar a oportunidade para tentar abrir o diálogo. Ainda que Trump tenha feito apenas uma brincadeira, abriu-se uma fresta para o diálogo entre dois homens que pensam diferente sobre quase tudo, mas têm interesses em comum no mundo das relações comerciais.
Se Trump está mesmo disposto a conversar, saberemos se o Itamaraty aproveitar a deixa para marcar uma conversa formal, com agenda definida e a participação do ministro Fernando Haddad. Como essa reunião deve ser por videoconferência, convém que participe também o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é ministro da Indústria e Comércio, além de responsável pelas exportações.
O chanceler Mauro Vieira confirmou que, no brevíssimo encontro na ONU, os dois trocaram um aperto de mãos e Lula disse que precisavam conversar. O comentário de Trump foi uma resposta a esse pedido. Uma reunião virtual pode ser a preliminar de um encontro presencial no futuro.
Dois homens que governam países do tamanho do Brasil e dos Estados Unidos não podem se comportar como adolescentes birrentos. Lula deu o primeiro passo, Trump o segundo e, agora, os diplomatas dos dois lados têm de entrar em cena.
Em Nova York, Lula deu todos os recados que queria. Agora é o momento do pragmatismo. As empresas brasileiras precisam exportar para os EUA - e os americanos compram do Brasil o que não produzem ou não encontram em outros países.
Trump não tem só Steve Bennon a lhe soprar nos ouvidos o que ouve de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo sobre o Brasil. A diplomacia americana acompanha as críticas de Lula a Trump, mas tem informações suficientes sobre o que o Brasil representa no contexto das nações em desenvolvimento. O governo brasileiro não está pedindo favor, a balança comercial entre os dois países é favorável aos EUA e nenhuma medida retaliatória foi adotada até aqui. _
Aprovada construção de nova ponte sobre o Rio Taquari
Uma semana depois de o governo apresentar o estudo de viabilidade da construção de mais uma ponte sobre o Rio Taquari, o Conselho Gestor do Plano Rio Grande aprovou a execução da obra com recursos do Funrigs. Orçada em R$ 358,7 milhões, a ponte ligará a RS-130, em Estrela, à RS-129, em Cruzeiro do Sul, e será uma alternativa para desafogar a BR-386, entre Lajeado e Estrela.
Como os recursos do Funrigs têm prazo de aplicação, a obra da ponte será executada em 18 meses. O projeto prevê 3,1 quilômetros de extensão, em localização com cotas mais altas em relação à cheia de 2024. A obra em si deverá custar R$ 295 milhões. O restante será gasto com desapropriações. _
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Um dado alarmante
Ao mesmo tempo em que conseguiu reduzir a mortalidade infantil a um dígito, o Rio Grande do Sul vê crescer as mortes por suicídio, segundo um novo boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde. Entre 2015 e 2023, as taxas de mortalidade por suicídio cresceram 47,7%, passando de 10,88 para 16,07 por 100 mil habitantes, o maior valor da série histórica.
Dos 1.528 casos registrados em 2024, cerca de 80% foram de homens. A taxa mais elevada foi observada entre aqueles com mais de 80 anos. _
É preciso aprofundar
O fato de uma região ter mais casos de suicídio que outras tem sido estudado por universidades, mas merece um aprofundamento. Por que as regiões de Cruz Alta, Santa Cruz do Sul, Ijuí e Frederico Westphalen estão no topo desse ranking macabro?
Diante dos números, a Secretaria Estadual da Saúde promoverá dois seminários voltados à promoção da vida e à prevenção ao suicídio. O primeiro será no dia 17 de outubro, em Santa Cruz. O segundo, no dia 4 de novembro, em Palmeira das Missões. _
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