
Moraes precisa virar a página do julgamento
Com o ex-presidente Jair Bolsonaro condenado a 27 anos de prisão pela tentativa de golpe em 2022, o ministro Alexandre de Moraes precisa desapegar do caso e focar no que é importante. Qual foi a última de Moraes? O ministro deu ontem 24 horas para a Polícia Penal do Distrito Federal apresentar um relatório sobre a escolta realizada no domingo para Bolsonaro ir ao hospital fazer exames.
Sem ser provocado pelo Ministério Público, Moraes implicou com o tempo que Bolsonaro ficou no hospital (das 10h às 14h) e pediu explicações para o fato de ele não ter retornado para a prisão domiciliar imediatamente após a realização do procedimento - a retirada de oito lesões de pele que agora passarão por biópsia para saber se são malignas ou não.
Terminado o procedimento, por volta das 14h, o ex-presidente e seu médico, Claudio Birolini, saíram do edifício e ele ficou alguns minutos parado, em silêncio, enquanto o dermatologista conversava com a imprensa.
Havia algum risco de fuga? Zero. Bolsonaro foi ao hospital escoltado por policiais armados e voltou para a prisão domiciliar logo depois. As cobranças de Moraes à Polícia Penal soam como obsessão. Ele mesmo autorizou a ida ao hospital, onde o ex-presidente retirou os sinais e fez exames de acompanhamento do seu estado de saúde.
O ministro tem de se preocupar agora é com os deputados, senadores e governadores que trabalham pela aprovação da anistia, considerada inconstitucional pela maioria dos seus pares. Se Bolsonaro ficar no hospital meia hora a mais ou a menos, não é isso que vai fazer diferença. _
Com a presença do ministro Luís Roberto Barroso, o Tribunal de Justiça inaugura na sexta-feira, em Santa Vitória do Palmar, o primeiro Centro de Justiça. A ideia é abrigar, no mesmo local, todas as instituições do sistema de justiça.
aliás
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, caiu em desgraça com o bolsonarismo ao reconhecer, durante um evento no fim de semana, que houve planejamento do golpe.
Como Valdemar não prega prego sem estopa, a declaração deve ser interpretada como uma forma de começar a cortar os laços.
Sem reajuste
A entrega da proposta de orçamento de 2026 reuniu na mesma foto os chefes dos três poderes - Eduardo Leite (Executivo), Alberto Delgado Neto (Judiciário) e Pepe Vargas (Legislativo) - além do vice-governador Gabriel Souza, a quem provavelmente caberá executar as despesas previstas por nove meses. Com a provável renúncia de Eduardo Leite para concorrer na eleição do próximo ano, Gabriel deverá assumir o governo no início de abril e completar o mandato conquistado pelos dois em 2022.
A proposta de orçamento mostra que Gabriel (ou Leite, caso decida cumprir o mandato até o fim) não terá vida fácil. O orçamento vai para a Assembleia com déficit e sem margem para correção dos salários dos servidores públicos, que clamam por reajuste.
Nos últimos anos, o governo vem corrigindo os salários dos professores para acompanhar o piso nacional do magistério, já que o plano de carreira é balizado por esse mínimo, e fazendo reestruturação de carreiras ou reajustes pontuais.
Para os demais servidores do Executivo, que pela Constituição deveriam ter reajuste anual, o governo não promete nada. A alegação é de que o reajuste não cabe no orçamento e poderia levar o Estado a descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. _
Tarso nega divergência com Olívio sobre estratégia do PT para 2026
A propósito da nota em que a coluna mostrou sinais de uma repetição da prévia de 2002, Tarso Genro garante que ele e Olívio Dutra estão perfeitamente afinados.
- Não há nenhuma divergência entre a minha posição e a do Olívio. Ambos estamos de acordo que devemos ampliar o leque de alianças nos Estados, para fortalecer a candidatura Lula, e que não devemos nos apresentar perante os nossos aliados nos Estados com uma proposta fechada de chapas - afirmou.
Tarso diz que ele e o Instituto Novos Paradigmas, que propôs a formação de uma frente ampla, não trabalham com a tese de o PT renunciar à cabeça de chapa, "mas com a ideia de todos os partidos do campo progressista tentarem construir unidade antes de baterem o martelo em qualquer nome".
O ex-governador diz que Olívio não se opõe a essa ideia, mas o fato é que no fim de semana Olívio circulou pela região sul do Estado com Edegar Pretto e o tratou como "próximo governador".
Nas bases do PT, há o temor de que os acenos a Juliana Brizola (PDT) enfraqueçam Pretto. As conversas de Juliana com o Podemos também provocaram incômodo, dado que o perfil do partido no Estado é de centro-direita.
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