
Cada vez mais, se apaixone cada vez menos por ativos
Cassio Grinberg - Sócio da Grinberg Consulting e autor dos livros Desaprenda e Desinvente
Durante décadas, acumular ativos era sinal de força. Quem possuía fábricas, frota, prédios e servidores garantia barreiras de entrada e posição dominante no mercado. Mas esse paradigma começa a se desfazer - primeiro lentamente, depois será mais rápido - diante da disseminação da inteligência artificial (IA) generativa e da economia de plataformas.
A nuvem substituiu os data centers. O e-commerce eliminou a necessidade de loja física e, de repente, barreira de entrada virou commodity. Michael Porter deve estar de cabelos em pé percebendo que futuras fábricas plug and play transformarão a própria produção em serviço, uma vez que a IA encurta o ciclo entre ideia e execução - tornando possível um produto global sem linha de produção ou rede de distribuição próprias.
Eu mesmo, neste momento, estou planejando a estratégia de marcas que se lançarão bem assim.
Isso não significa, é claro, que todos ativos perderam valor absoluto. Mas estão perdendo, por um lado, muito do valor estratégico. Se todo concorrente pode acessar a mesma infraestrutura com um clique e pagar apenas pelo uso, o diferencial competitivo não está mais no que você possui: está no que você imagina.
A vantagem migra para os intangíveis: marca, comunidade, dados, propósito. Ativos que não aparecem no balanço, mas determinam se a empresa será desejada. O jogo competitivo está deixando de ser sobre "o que você tem" e passando a ser sobre "quem você é".
Apaixonar-se por ativos, hoje, é como investir em cavalos na véspera da invenção do automóvel: eles ainda correm, mas o futuro não está ali. O risco de prender capital em estruturas pesadas é perder agilidade justamente quando o mercado mais a exige.
Cada vez mais, será preciso amar menos os tijolos, as máquinas e os cabos - e apaixonar-se mais pelas ideias, pelas conexões e pelas histórias que unem pessoas. É nesse campo intangível que a vantagem competitiva se estabelece. Quem entender mais rápido essa mudança, vai investir melhor e navegar com mais significado. _
CPI da Energia: compromisso com o consumidor gaúcho
Marcus Vinícius de Almeida - Deputado Estadual, Líder da bancada do Progressistas na ALRS
A energia elétrica é um serviço essencial, fundamental para o bem-estar das famílias, para a atividade econômica e para a confiança da população nas instituições. No Rio Grande do Sul, as interrupções recorrentes no fornecimento têm gerado insatisfação e preocupações legítimas entre os consumidores.
Diante desse cenário, a Assembleia Legislativa instalou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as causas das dificuldades na prestação de serviços de energia, com prazo de 120 dias. Na condição de relator, reafirmo que o compromisso com a verdade é inegociável. Atuaremos com transparência, responsabilidade e foco em esclarecer os fatos, sempre em defesa dos gaúchos, da ordem e da justiça.
A CPI terá caráter técnico e colaborativo. Serão ouvidos todos os elos da cadeia: as concessionárias CEEE Equatorial e RGE, agências reguladoras, empresas terceirizadas, órgãos públicos e, sobretudo, os consumidores. Pretendemos levar os trabalhos de inquérito, inclusive, para regiões mais atingidas pelas interrupções, a fim de compreender detalhadamente os problemas enfrentados e identificar soluções efetivas que possam ser implementadas.
Além de investigar responsabilidades, a Comissão irá propor soluções duradouras, fortalecendo a fiscalização, aperfeiçoando as regras do setor e criando mecanismos para prevenir novas falhas. O foco não será "desperdiçar energia" em disputas políticas, mas sim trabalhar de forma responsável e colaborativa para entregar resultados concretos.
Da minha parte, o compromisso com esta CPI é claro: buscar a verdade, propor melhorias e garantir eficiência, transparência e segurança no serviço de energia elétrica, assegurando qualidade de vida e confiança para todos os consumidores gaúchos.
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