sexta-feira, 1 de dezembro de 2023



01 DE DEZEMBRO DE 2023
POLÍTICA +

PSDB troca Leite por Marconi Perillo

Será o ex-governador de Goiás Marconi Perillo o substituto de Eduardo Leite na presidência do PSDB. Perillo foi eleito ontem na 16ª convenção nacional do PSDB, realizada em Brasília. O Rio Grande do Sul será representado na direção nacional pela prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas.

Na versão oficial, Leite não quis disputar a eleição para poder se dedicar ao Rio Grande do Sul, que sofre com os efeitos das duas enchentes que afetaram milhares de pessoas e causaram prejuízos milionários ao Estado. É fato, mas nos bastidores sabe-se que esse não foi o único motivo. Leite não conseguiu unificar o PSDB, que rachou em 2022 e teve um resultado pífio na eleição, com a perda de espaço na Câmara e no Senado e a conquista de apenas três governos estaduais (Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul).

A tarefa de Perillo é evitar que o símbolo do PSDB se transforme de tucano em ararinha-azul, uma espécie em extinção. Isso passa por evitar uma diáspora de vereadores na janela de março e garantir a conquista de prefeituras. É real o risco de encolhimento no número de prefeituras e, principalmente, no peso das cidades governadas pelos tucanos. 

Caberá ao novo presidente, também, preparar o terreno para a eleição de 2026 e devolver o protagonismo que o PSDB teve entre 1998 e 2014. Nesse período, o PSDB governou o país duas vezes, com Fernando Henrique Cardoso, e chegou ao segundo turno em outras quatro eleições, duas com José Serra, uma com Geraldo Alckmin e outra com Aécio Neves. A ideia é manter Leite como pré-candidato à Presidência e tentar recuperar terreno na Câmara, no Senado e nos Estados.

Corta daqui, corta dali

Como a Fiergs é contra o aumento do ICMS e não aceita o corte de benefícios fiscais que resultam em renúncia de receita, a coluna perguntou ao presidente Gilberto Petry que despesas os industriais sugerem cortar.

Petry reconheceu que o governo Eduardo Leite fez cortes importantes de despesas com as reformas aprovadas no primeiro mandato, mas argumentou que "sempre é possível cortar mais".

O presidente disse que o Estado deveria fazer como as empresas e os cidadãos, que reduzem gastos, mas admitiu que o Estado não tem como demitir servidores estáveis.

aliás

Na semana passada, um líder tucano disse que o PSDB precisava tirar Eduardo Leite da presidência porque ele, como governador, precisa do governo federal e não pode ser a cara da oposição. Com Marconi Perillo, os tucanos vão disputar com a direita a vaga de oposição a Lula.

ROSANE DE OLIVEIRA

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