26 DE DEZEMBRO DE 2023
MOBILIDADE
Lançamento de pontos de recarga
Um dos maiores obstáculos à expansão dos veículos movidos por eletricidade no Rio Grande do Sul é a baixa disponibilidade de postos públicos de recarga, os chamados eletropostos. Mas, nas últimas semanas, isso começou a mudar e tende a aumentar ainda mais a atratividade desse tipo de carro para os gaúchos. Lançado formalmente neste mês, a chamada Rota Elétrica do Mercosul é uma rede de 10 pontos de recarga rápida - onde o condutor consegue recompor a bateria do veículo em até uma hora.
Distribuídos a distâncias inferiores a cem quilômetros um do outro, os eletropostos fazem parte de um projeto desenvolvido em parceria pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e pela CEEE Equatorial. Por enquanto, os motoristas podem utilizar sem qualquer custo a infraestrutura montada mediante um investimento de R$ 13,8 milhões. Cada ponto de recarga foi erguido junto a um local com estrutura para receber viajantes, como postos de combustíveis ou restaurantes.
- A intenção, hoje, é incentivar o mercado a continuar nessa frente de mobilidade elétrica e também fazermos o nosso dever de casa para, quando o mercado virar de vez, estarmos preparados para atender os clientes - afirma Lucas Pinheiro, do Instituto de Ciência e Tecnologia Equatorial.
Coordenadora do projeto da rota elétrica na UFSM, a professora Alzenira Abaide afirma que a estrutura também servirá como uma espécie de laboratório para estudos de demanda de energia, modo de utilização desse tipo de equipamento, entre outras informações importantes para nortear o futuro da nova rede de abastecimento em solo gaúcho.
- Quando desenvolvemos esse projeto, lá em 2019, não tínhamos estações de recarga rápida e de uso público no Estado. Tínhamos uma rota de leste a oeste no Paraná, algumas estações em Santa Catarina. Hoje, já podemos viajar para Uruguai ou Argentina - compara Alzira.
O empresário Eliseu Cunha Fernandes, 39 anos, tornou-se um frequentador assíduo do eletroposto localizado ao lado da Casa Rural, no km 334 da BR-116, em Barra do Ribeiro. Proprietário de um Haval H6 GT híbrido (elétrico e a combustão) adquirido por R$ 315 mil, deixou de gastar cerca de R$ 3 mil mensais com combustível.
- Quase todas as noites, encosto aqui para recarregar gratuitamente, o que me dá uma autonomia de uns 120 quilômetros só com o motor elétrico. Agora, com a rota do Mercosul, estou planejando fazer a primeira viagem para fora do país, até Rio Branco, no Uruguai - conta Fernandes.
Cobrança
Ainda não há um prazo exato para começar a cobrança na rota do Mercosul. Em pontos comerciais onde já se cobra pela recarga rápida, que geralmente é concluída em menos de uma hora, o preço costuma ficar em torno de R$ 2 por kilowatt (kW). Um carro com bateria de 60 kW, por exemplo, pagaria R$ 120 para "encher o tanque". Mas há opções de carregamento mais vagaroso que podem seguir sendo oferecidas gratuitamente, como em estacionamentos de estabelecimentos comerciais como forma de atrair a clientela. Também é possível que estações "ultrarrápidas", ainda em fase inicial, custem mais caro em razão da comodidade de garantirem carga completa em menos de meia hora.
Em caso de uso urbano, o custo do kilowatt em média costuma ficar abaixo de R$ 1.
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