29 DE DEZEMBRO DE 2023
ECONOMIA GAÚCHA
PIB do RS recua 0,1% no terceiro trimestre
Influenciado pela sazonalidade e pela queda na atividade agropecuária, o Produto Interno Bruto (PIB) do RS encolheu 0,1% no terceiro trimestre de 2023 ante o trimestre anterior. Em relação a igual período do ano passado, a variação foi de 0,1%.
Os resultados foram divulgados ontem pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento. No Brasil, o PIB teve variação de 0,1% entre os trimestres e de 2% sobre o mesmo período de 2022.
O trimestre de julho a setembro é tradicionalmente marcado pelo menor impacto das atividades ligadas ao campo, segmento que tem no primeiro semestre o seu maior reflexo. Mas a queda de 15,5% no setor contribuiu para o desempenho mais fraco da economia no Estado. A estiagem deste ano, apesar de menos severa do que a anterior, influencia os resultados do campo e se soma aos eventos climáticos do El Niño.
- O trigo já tinha uma tendência de queda este ano por vir de uma supersafra no ano passado, mas, possivelmente, o desempenho seria melhor no trimestre, não fosse o excesso de chuvas - explica Martinho Lazzari, pesquisador do Departamento de Economia e Estatística (DEE) do Estado, lembrando que o maior impacto do cereal é contabilizado nos últimos três meses do ano.
Perdas
Para o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz, o resultado da agropecuária não surpreende, diante das perdas nas culturas de inverno devido ao excesso de chuva. Apesar das altas residuais nas produções de milho e soja, o trigo e a aveia, cereais da estação, tiveram variações negativas na quantidade produzida.
- Continuamos convictos de que haverá crescimento (em 2023), mas será algo para não ser comemorado, pois é o resultado de um ano muito ruim comparado a um péssimo que foi 2022 - diz Da Luz.
Nas fábricas, a alta foi de 1% no terceiro trimestre, sustentado pela indústria de transformação e pelas atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana.
- A transformação é a parcela mais representativa da indústria como um todo. Mas viemos de uma base de comparação muito deprimida. Mesmo positivo, é um dado que ainda preocupa porque o quadro como um todo é ruim - comenta o economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, chamando atenção para a queda de 5,6% do segmento em 2023.
Já nos serviços, houve avanço de 0,6% no trimestre, o mesmo do registrado no país, puxado pelas atividades do comércio, intermediação financeira e seguros e serviços de informação.
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