quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Sindicato dos metalúrgicos de São Leopoldo protesta contra demissões na Taurus
A manifestação ocorreu na frente da sede da empresa, localizada em São Leopoldo
A manifestação ocorreu na frente da sede da empresa, localizada em São Leopoldo
STIMMMESL/DIVULGAÇÃO/JC
Após mais uma leva de demissões na Taurus, de São Leopoldo, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico da região (STIMMMESL) realizou protesto nesta terça-feira (1º), em frente à sede da fabricante gaúcha de armas. Ao todo, foram dispensados 330 funcionários neste ano: 100 no último dia 25 de julho e 230 em fevereiro.

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A entidade de classe atribui que a redução no número de trabalhadores deste segmento deve-se à elevação dos juros cobrados no Brasil. No site do Sindicato, o presidente da entidade Valmir Lodi declarou que “investidores e empresários deixam de investir com essa taxa a 13,75%”. Segundo ele, o presidente do Banco Central, Campos Neto, “está na contramão do desenvolvimento e da criação de emprego”.
Por meio de nota, a Taurus afirmou que “as demissões não possuem qualquer relação com a taxa de juros, conforme afirmado inveridicamente pelo sindicato”. No que se refere à dívida da companhia, “90% estão em dólar e 10% são praticamente em operações com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), não estando diretamente ligadas à taxa Selic”. O texto pontua também que, nos últimos anos, a empresa “realizou todo o investimento de ampliação da sua planta industrial utilizando capital próprio”.
De acordo com a declaração, a companhia “precisou adotar medidas administrativas, o que incluiu a triste e indesejável decisão de reduzir o seu quadro de funcionários, com a demissão desde o início deste ano de cerca de 300 colaboradores devido exclusivamente às restrições impostas ao setor pelo Decreto Nº 11.366, de 1º janeiro de 2023, e pelo Decreto Nº 11.615, de 21 de julho de 2023”.
O secretário de Finanças do STIMMMESL, Genilso Vargas, questiona a conduta da Taurus, que demitiu os trabalhadores logo após a publicação das resoluções. “Estamos buscando maneiras de cessar as demissões. Defendemos um trabalho digno e saudável e isso não se enquadra num local onde o trabalhador tem medo de ser demitido”, salientou.

O que dizem os decretos:
Nº 11.366, de 1º de janeiro de 2023
Suspende os registros para a aquisição e transferência de armas e de munições de uso restrito por caçadores, colecionadores, atiradores e particulares, restringe os quantitativos de aquisição de armas e de munições de uso permitido, suspende a concessão de novos registros de clubes e de escolas de tiro, suspende a concessão de novos registros de colecionadores, de atiradores e de caçadores, e institui grupo de trabalho para apresentar nova regulamentação à Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003.
Nº 11.615, de 21 de julho de 2023
Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, para estabelecer regras e procedimentos relativos à aquisição, ao registro, à posse, ao porte, ao cadastro e à comercialização nacional de armas de fogo, munições e acessórios, disciplinar as atividades de caça excepcional, de caça de subsistência, de tiro desportivo e de colecionamento de armas de fogo, munições e acessórios, disciplinar o funcionamento das entidades de tiro desportivo e dispor sobre a estruturação do Sistema Nacional de Armas (Sinarm).

Confira a nota da Taurus na íntegra:

“A Taurus esclarece que não é verdade o que foi dito por representantes do Sindicato dos Metalúrgicos em manifestação hoje (01.ago.2023) em frente à sede da companhia em São Leopoldo no que diz respeito a demissão de colaboradores.

A empresa precisou adotar medidas administrativas, o que incluiu a triste e indesejável decisão de reduzir o seu quadro de funcionários, com a demissão desde o início deste ano de cerca de 300 colaboradores devido exclusivamente às restrições impostas ao setor pelo Decreto Nº 11.366, de 1º janeiro de 2023, e pelo Decreto Nº 11.615, de 21 de julho de 2023.
As demissões não possuem qualquer relação com a taxa de juros, conforme também afirmado inveridicamente pelo sindicato. No que se refere a dívida da companhia, 90% estão em dólar e 10% são praticamente em operações com a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), não estando diretamente ligadas a taxa SELIC. Inclusive, nos últimos anos, a Taurus realizou todo o investimento de ampliação da sua planta industrial utilizando capital próprio.

A Taurus, como empresa que preza sempre pela liberdade de expressão, respeita o direito à manifestação sendo este um importante pilar da democracia, porém repudia veementemente o ato do sindicato de propagar informações falsas aos funcionários em um caminhão em frente à sede da companhia. Isso não é justo nem com a Taurus, como indústria que tanto contribui economicamente, socialmente e tecnologicamente para o setor, para a região e para o país ao longo de seus 83 anos de história, e muito menos com os profissionais representados pela entidade. Por isso, consideramos extremamente importante reestabelecer a verdade dos fatos.

Desde o início do ano a Taurus tem aguardado uma definição com relação as novas políticas governamentais de controle de armas no país e vem buscando ao longo deste período manter, de todas as formas, os empregos dos seus profissionais. O assunto foi durante meses tratado com as autoridades do município, do Estado e do governo federal, sem êxito.

A Taurus lamenta profundamente as demissões, inclusive por ir na contramão de todo o investimento realizado nos últimos anos na capacitação e desenvolvimento contínuo das pessoas, por meio do projeto da Taurus de Educação Continuada, com o intuito de contribuir para o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores.” 

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