sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


Jaime cimenti

Réveillon, partículas de Deus, infinito

O fim do ano não é o fim do tempo e 2012 não será o ano do fim do mundo, como falam os apocalípticos de plantão. Ou será?

Depois das sagradas orgias natalinas, o Réveillon é sempre ótima ocasião para planos, dietas, agendas, viagens, recomeços e para perguntar quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Perguntar, pelo menos. Respostas definitivas já é outro papo, não me comprometa. Dizem que em 2012 poderemos saber se a partícula conhecida como bóson de Higgs ou a “partícula de Deus” existe mesmo.

Meio complicado saber o que ocorreu há bilhões de anos. Será que o homem foi mero acidente na água estagnada do Big Bang? Será que somos um equívoco sartreano? Será que não passamos de macacos de terno, vestido ou moleton?

O universo nasceu por acaso ou é obra planejada de Deus? Complicado, né? Boto fé na ciência e boto ciência na fé, feito alguns filósofos, teólogos e cientistas. Leio umas coisas aí. Leio até guia telefônico, um livro com milhões de personagens. Me contento muitas vezes em contemplar as pessoas, as estrelas, o mar, os rios, as árvores, o céu e o resto da decoração do planeta e não fico fazendo tantas perguntas.

Dizem que, se ficar comprovada a existência do bóson, será uma descoberta importantíssima e que, se comprovada sua inexistência, será ainda mais importante, porque aí veremos que existe algo que ainda não foi entendido. Entendeu ? Pois é, de onde eu vim?

Da barriga da minha mãe, na maravilhosa e florescente Bento Gonçalves. Para onde eu vou? Para Punta del Este, para Atlântida, para a Barra do Ribeiro, para o Lami, para a Padre Chagas ou para o espaço. Quem eu sou? Pega leve.

Sou como vocês, um bando de gente dentro dessa cabeça, desse coração, um monte de criaturas dentro dessa espécie de prisão-livre de carne que é nosso corpo, nossa lataria. Acho que nem o céu é o limite.

Enfim, com ou sem avanços das ciências, da filosofia e da teologia, 2012 está aí, com bebês, águas, bebidas e calendários novos. Em 2012, o Internacional e algum Gabiru, ou ele mesmo, vão mostrar ao Barcelona que o novo sempre vem, que a vida e o futebol são infinitos, misteriosos, como devem ser mesmo.

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