Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 28 de janeiro de 2012
28 de janeiro de 2012 | N° 16961
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Contos Tradicionais - 2ª Parte
Éfora de dúvida que Charles Perrault influenciou os irmãos alemães Jacob Grimm (nascido em 1785) e Wilhelm Grimm (1786) homens de maior erudição e inteligência que o poeta francês. Os Grimm, cultos como eram, deram sempre importância aos contos, perceberam a sua imanência, rastrearam as suas origens até a Índia, num pan-arianismo que era cultural e não racista.
Além de acrescentarem contos que Perrault desconhecia, os Grimm publicaram versões em alemão de contos que por serem comuns à toda Europa já haviam aparecido na publicação de Perrault.
As versões em alemão não eram cópias servis das versões francesas, porque isso não existe no folclore, onde quem conta um conto aumenta um ponto, mas insisto na semelhança das versões de Perrault, dos Grimm e das nossas, gaúchas e campeiras: ponto para a imanência e para a perenidade do folclore.
Em 1954/1955, me tornei assistente do Dr. Carlos Galvão Krebs, emérito folclorista gaúcho, que me ensinou o que sei e através de quem privei com homens notáveis, como Câmara Cascudo, Alceu Maynard de Araújo, Aires da Mata Machado Filho, Veríssimo de Melo e Edison Carneiro.
De maneira geral, nós acreditávamos, graças a uma suposta didática do folclore, que havia um “folclore nocivo”, o qual não podia ser levado às crianças, porque falava em violência, morte, antropofagia e palavrões. Hoje eu sei que estávamos errados. Não há folclore nocivo. Há o folclore e o não-folclore. Ainda mais, como seriam nocivos estes contos tradicionais, destinados precisamente às crianças, ingênuas e puras atuais?
Waltdisneysear estes contos para expungir seus aspectos “nocivos” é errado. Os contos falam desde sempre em mortes, pais soltando os filhos famintos no mato para as feras comerem, bruxas más e antropófagas e madrastas cruéis. E daí?
O mundo ainda hoje está cheio de maldade e violência. É “positivo” mentir para as crianças, contar que só existem fadas bondosas e príncipes belos, se elas vão crescer e ver a verdade? E não é melhor que elas saibam que existe maldade no mundo pelo amor filtrado na voz do pai, da mãe, da avó?
Ainda hoje e cada vez mais os pais estão soltando Joãozinhos e Mariazinhas na selva escura e perigosa das cidades, para que não morram de fome em casa, embora possam ser devorados pelas feras dos becos, das praças, dos desvãos das pontes.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário