segunda-feira, 23 de janeiro de 2012



23 de janeiro de 2012 | N° 16956
PAULO SANT’ANA


Nu

Não decidi se vou parar de fumar, mas decidi escrever um livro. Às vezes, é preciso decidir na vida.

Pela primeira vez em minha vida, não será um livro de crônicas já publicadas. Será um livro de coisas novas, de coisas que nunca escrevi e de preferência de assuntos que me proibi de escrever, mas que num livro tomarei a audácia de revelá-los.

Não é preciso assim dizer que este livro terá um sucesso estrondoso. Terá centenas de páginas, daí que custará mais caro, mas valerá a pena lê-lo.

Desconfio que o personagem principal deste livro não serei eu, será uma pessoa muito conhecida no meio social gaúcho.

Estou cheio de dedos para que ele me autorize a publicar as principais cenas de sua vida, ele vai relutar muito, mas tentarei inculcar nele a ideia de que o livro não será meu, será dele. Ele dominará, com os relatos que farei da sua vida, o meu livro. Na segunda metade do meu livro, então, eu poderei contar o que sobre mim nunca contei e o que ouvi e soube ao meu redor nos últimos 40 anos.

Informo a meus leitores que já escrevi os dois primeiros capítulos deste meu primeiro livro confessional.

Escrevi com entusiasmo, dei para três ou quatro amigos lerem. Eles gostaram muito e disseram que pela mostra o meu livro vai bombar.

Ainda não escolhi o editor de meu livro. O Eduardo Bueno, Peninha, me disse que tem de ser o Ivan Pinheiro Machado, ele é que tem sistema amplo de distribuição de livros em todo o Estado. Em breve, entrarei em contato com o Ivan.

Mas já sei que, em face disso que estou escrevendo, surgirão inúmeras propostas de edição.

Vai haver capítulos deste livro de estupenda curiosidade. Exporá a privacidade de gente importante, nada de escandaloso, nada de erótico, mas tudo de como as pessoas da sociedade se relacionam entre si, sem que o grande público de nada, rigorosamente nada, fique sabendo. São dois capítulos sensacionais.

Já obtive dos personagens principais desses dois capítulos licença para serem publicados nos livros.

Não que eu vá pedir licença para publicar coisas com os outros em tudo o que for escrever. Se fizesse isso, meu livro seria um fracasso.

Mas eu tenho de ter cuidado no sentido de que a vida continue a andar aqui na província depois que eu publicar o livro, sem que eu corra o risco de ser assassinado por algo que escrevi.

Correrei muitos riscos, mas não quero ser assassinado.

À medida que for escrevendo o livro, irei dar conta aos meus leitores de seu andamento e da voltagem que ele está assumindo.

Eu calculo que tenho 400 mil leitores que me leem todos os dias e 1 milhão de leitores que me leem eventualmente.

Sei que é difícil, mas se dois quartos desses leitores comprarem meu livro, ele será o maior sucesso editorial gaúcho de todos os tempos.

Ah, tenho já uma sugestão para a capa do livro. Virá com minha foto ao fundo, o nome Paulo Sant’Ana bem pequeno, sem destaque e o nome do livro em corpo bem grande, quase atravessando toda a capa: NU.

Uma palavra só no título, mas que significa tudo o que quero representar no livro, isto é, que desta vez me desnudarei perante os leitores e escreverei senão tudo, mas bastante, bastante mesmo, do que querem saber.

Não sei se vão aceitar o título, mas já sei que o público leitor aceitará calorosamente o livro.

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