sexta-feira, 27 de janeiro de 2012


Jaime cimenti

Livros impressos, dinossauros, eBooks, iPads, etc

Faz uns 36 anos que comecei a resenhar livros na imprensa. Portanto, se não aprendi, não posso botar a culpa no tempo. Gostar de livros impressos. Tem horas que me sinto um dinossauro no meio de um salão de um museu (de Nova Iorque, História Natural, de preferência), meio assim feliz e soterrado em meio a milhares de volumes, esses objetos seculares, de design imbatível e fascínio infinito.

Fico pensando se não seria melhor assinar um coluna sobre viagens turísticas espirituais ou hábitos na internet, sei lá. Há uns 20 anos um ex-editor de PA me disse na Feira do Livro que o livro tinha morrido, que seria tudo eletrônico e tal.

Ele tornou-se escritor e vive - e bem - de livros impressos. Sim, eBooks, iPads e outros meios estão aí, fazendo algum ou muito sucesso, mas é bom lembrar que conforme a Câmara Brasileira do Livro o número de exemplares vendidos aumentou em 13% em 2011, que há tendência de queda no preço e que, assim, o número de exemplares e leitores tende a aumentar. Coisas boas. Tomara! Acho que aí esta coluna de Livros do JC, que vai fazer 18 anos de circulação semanal e ininterrupta, vai seguir por mais uma data.

Aí o titio aqui se aposenta, se jubila en Punta del Este, ou, quem sabe, se torna colunista de eBooks ou se reinventa com algum outro lance do momento. Segundo matéria simpática do New York Times de 20 de novembro de 2011, especialistas e famílias que opinaram sobre livros acham que o papel tem ainda algumas vantagens sobre as mídias digitais.

Na matéria o executivo Mateus Thomson, 38 anos, de um site de mídia social, acha que o filho de 5 vai aprender a ler mais rápido com o livro e que, de noite, deve haver hora de leitura de papel.

Para ele os sinos e assobios de um iPad se tornam mais uma distração e ele pensa que se o menino ficar só com o tablet, acabará se distraindo e brincando com jogos o tempo todo, sem a concentração indispensável aquela da leitura. É isso. Concordo, o livro segue como meio mais completo, abrangente e importante para a difusão de conhecimento e acho que a coluna e eu estamos garantidos por mais uns tempos, se os queridos leitores me derem esse prazer. Topo.

Prometo seguir defendendo os impressos. De mais a mais, não custa lembrar, mesmo e principalmente em causa própria, que dinossauros até que são uns bichos simpáticos e legais, especialmente quando estão bem alimentados, calmos, silenciosos e imersos em alguma leitura gostosa. (Jaime Cimenti)

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