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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
20 de janeiro de 2012 | N° 16953
PAULO SANT’ANA
A tudo merecemos
O oncologista Carlos Barrios deu-me de presente ontem uma das maiores – senão a maior – lições da minha vida.
Ele me disse que a grande maioria das coisas que alcançamos na vida são porque as merecemos.
E é verdade. Transfiro essa lição que aprendi para meus leitores.
Vejam bem, tudo que alcançamos nós merecemos, seja de bom ou seja de ruim.
Sendo assim, se ganhamos a Mega Sena, é porque merecemos tê-la ganho.
E, se nos diagnosticam câncer em nossa rinofaringe, foi porque o merecemos.
Ou por acaso eu não merecia ter o câncer que tive na rinofaringe, depois de ter fumado durante 50 anos? Claro que merecia, idiota que fui e sempre tenho sido.
É muito mais fácil compreender o mistério da vida quando nos capacitamos de que tudo que temos é o que merecemos ter.
Não é muito fácil compreender isso, mas isso é verdadeiro.
Os filhos que temos, a mulher que temos, o emprego que temos, tudo isso é fruto do nosso merecimento.
Quando nos acontece uma coisa muito boa ou uma coisa muito má, devemos entender assim: “Não é nada que eu não mereça”.
Eu assimilei essa lição que o Dr. Barrios me deu ontem depois que fui arrolar todas as coisas que me aconteceram na vida até agora.
É impressionante, 90% das coisas que me aconteceram na vida, de boas ou de más, de bênçãos ou de desgraças, eu por algum modo as tinha feito por merecer, examinem meus leitores e leitoras, detidamente, se isso também não é assim com vocês.
É muito verdadeira essa lição que aprendi ontem. Nós merecemos os governos que temos, sejam bons ou sejam maus, em última análise porque teoricamente somos nós que os elegemos.
Só para descontrair um pouco, uma brincadeira que, no entanto, tem um fundo de verdade: vocês, leitores de Zero Hora, merecem esta coluna de penúltima página. Vocês acreditaram nos últimos anos nesta coluna, vocês pagaram pela assinatura de ZH, fielmente, durante anos.
Então, vocês merecem se deliciar com esta coluna em todos os inícios de manhãs.
E eu mereço escrever esta coluna. Porque durante anos sobre anos me esmerei em dar o melhor para meus leitores.
Eu mostrei esta coluna para alguém ontem, antes de terminá-la e a pessoa me perguntou: “Mas será que tu, ao seres espancado cruelmente por teu pai quando eras criança, merecias aquele trucidamento?”.
E eu respondi: eu não merecia antes, quando era criança, mas faria por merecê-lo mais tarde, quando me tornei adulto. Ou seja, a vida pode nos castigar ou nos premiar antes que o mereçamos, porque a vida não tem prazo para moldar-nos. Mas que, cedo ou tarde, antes ou depois, nós já merecemos ou viremos a merecer o que nos acontece, isso é matematicamente exato.
Deus ou o destino nos reserva na vida não só o que merecemos mas também tudo que pudermos suportar, ou seja, a vida nos dá o que colhemos e o que nossas forças podem vir a resistir, ainda que a grande e terrível custo.
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