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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
25 de janeiro de 2012 | N° 16958
PAULO SANT’ANA
Uma guinada feminina
Estou impressionado com o avanço profissional das mulheres.
Ando frequentando muitas clínicas, pelo fato de que estou tendo atendimento múltiplo de saúde.
Cerca de 90% do pessoal dessas clínicas é constituído de mulheres.
É um mundo de aventais brancos envergados por senhoritas que têm em média 30 anos, a maioria delas já se formou como dentista, fonoaudióloga, médica, enfermeira, podóloga, nutricionista etc.
Já se formaram, já fizeram residência ou pós-graduação e estão pisando fundo no acelerador de suas profissões.
Além da competência profissional, essas mulheres possuem uma arma infalível: a sua graça, a sua delicadeza, aquele jeito envolvente de ser que não existe na maioria dos homens.
É possível que o comando das ações dessas mulheres pertença ainda aos homens, mas inevitavelmente muito em breve passará para as mulheres, pela simples razão de que elas aliarão depressa a qualidade à quantidade impressionante de elementos femininos que dominam o cenário das profissões.
E as danadas dessas mulheres ainda têm tempo para serem mães.
Não sei como fazem, mas destacam-se no trabalho e ainda dão à luz seus filhos.
Grande parte delas já se separou do primeiro e único marido. Tiveram a lucidez de perceber que o centro de suas existências é a sua profissão, o casamento ou o namoro são para elas atividades secundárias e de menor futuro.
Foi-se o tempo, ainda peguei grande parte dele, em que as mulheres centravam suas vidas no casamento. Mulher bem-sucedida era aquela que conseguia arranjar marido.
Muitas das mulheres de hoje estão se lixando para arrumar marido, outras usam os homens apenas para dar-lhes um filho, descartam-se deles tão logo surja seu nascituro e vão empreender a luta pelo sucesso na profissão.
Ontem, por exemplo, estive com uma encantadora fonoaudióloga. Tem exatamente 30 anos. Bela, pernas graciosas, pés de dedos finos e simétricos, olhos claros cor de oásis, eficientíssima na percepção da avaliação administrativa dos dons captados pelos ouvidos dos clientes, disse-me que já teve um marido mas agora é felicitadamente só.
Não retira de cogitação, mulher que é, venha a ter um segundo homem. Mas me disse taxativamente que jamais morará na mesma casa com ele. Ela quer morar definitivamente com sua profissão.
Desconfio que esse surpreendente crescimento brasileiro, com nossa economia e desenvolvimento atingindo alturas surpreendentes para um país que até bem pouco só chafurdava no subdesenvolvimento, se deve a essa independência altiva das mulheres nacionais.
Sinto até um certo medo de até onde pode chegar essa revolução, que só pode ser para melhor.
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