terça-feira, 24 de janeiro de 2012



24 de janeiro de 2012 | N° 16957
PAULO SANT’ANA


Cocaína no volante do táxi

Procuraram-me dois taxistas veteranos de Porto Alegre e me pedem para solicitar às autoridades que não permitam que sejam inscritos como taxistas menores de 35 anos. Eles dizem que os menores de 35 anos são os taxistas responsáveis pelos grandes desatinos da categoria, cheiram cocaína, fumam maconha e praticam desordens e mau atendimento ao público.

Salientam, é óbvio, que não são todos, mas a grande maioria dos desordeiros estão entre eles. Explico pacientemente aos dois taxistas veteranos que recusar a inscrição de menores de 35 anos para dirigir táxi é inconstitucional, a Lei Maior não permite que se discriminem profissionais pela idade, os maiores de 18 anos têm livre exercício de todas as profissões, é impossível barrá-los. E seria uma injustiça barrá-los.

É preciso com urgência que algum órgão, o Procon, a Sunab, os governos, enfim, ponha cobro a um tipo de exploração selvagem que vem ocorrendo na cobrança de taxas de garagens em Porto Alegre.

Nada tenho contra os que cobram R$ 5 pela primeira meia hora ou R$ 10 pela primeira hora. Mas daí em diante se instalou uma roubalheira que precisa ser reprimida.
Há casos de pessoas que pagam R$ 60, R$ 70 por algumas horas de estacionamento, o que é uma escorchante exploração.

Nem vou falar da cobrança imoral no aeroporto, mas de estacionamentos comuns em Porto Alegre que estão esfolando os usuários.

Tenho o maior respeito pelos garagistas, eles têm de ter retorno pelos seus investimentos.

Mas tem gente roubando. E extorquindo livremente porque não há intervenção do poder estatal sobre o assalto ao bolso dos clientes.

É a hora de a Câmara dos Vereadores agir. É a hora da Sunab. Eu e o público usuário estamos sendo descarnados por alguns garagistas.

Isso precisa acabar.

Perto dessa extorsão, o que cobram os shoppings, que inicialmente foi encarado com grande antipatia, é uma taxa suave, única compreensível.

E também tem muita gente cobrando estacionamento em terrenos irregulares que não pagam impostos. Virou uma farra tributária, com os motoristas não tendo a quem reclamar.

É preciso neste país instalar-se um regime de respeito aos cidadãos, com normas que tanto atendam os interesses dos garagistas mas ao mesmo tempo protejam os interesses mínimos dos que sofrem para estacionar seus carros.

Essa bagunça balbúrdica vai ter de cessar.

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