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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Jaime cimenti
Homens-sanduíche, seres postes-modernos verdadeiros ou falsos e outros lances
Uns dizem que por vivermos numa época sem referências mais definidas, valores mais duradouros e falta de fronteiras para quase tudo, seríamos pós-modernos, vivendo em tempos tipo assim meio cambiantes, rápidos e cambalacheiros.
O mundo e os habitantes sempre tiveram ordens e desordens, regras e violações, desde o tempo em que os dinossauros eram lagartixas. Nada de muito novo sob a luz do sol, como disse o Rei Salomão, há milênios. Fico pensando nisso enquanto lembro dos antigos homens-sanduíche, que traziam cartazes pendurados nos ombros com anúncios no peito e nas costas.
Eles ficavam falando com meio mundo, davam uma mãozinha para os velhinhos e as crianças atravessarem a rua e passavam o dia propagandeando ouro, cursos, serviços, empregos, espetáculos e outras coisas em troca de uns pilas. Camionetes com alto-falantes os substituíram, gritando ofertas. Depois apareceram mil meios sonoros e visuais com ofertas de tudo o que é possível.
Hoje andamos por aí com propagandas nas costas, no peito, na cabeça, nas pernas, nos braços e nos pés, de um monte de marcas. Muitas vezes pagamos caro por roupas, por exemplo, ou por automóveis, para depois ainda sair por aí fazendo propaganda grátis do produto ou do fabricante.
Meio pós-moderno, né? Ao invés dos trocados que os homens-sanduíche ganhavam, nós pagamos para servir de postes ambulantes ou postes-modernos, com o perdão do trocadilho, mas é que quis apresentar, modestamente, meu neologismo. Ninguém é obrigado a andar por aí divulgando grifes, mas que é meio estranho isso tudo é.
Dos pés à cabeça, estamos grifados, obrigando também os outros a partilhar da divulgação. Dizem que os publicitários e marqueteiros estão pensando numa forma de ocuparem as testas das pessoas para vender. Em alguns casos de artistas e atletas isto até já ocorre, mas aí o cara leva lá um patrocínio. Será que daqui a pouco vamos ter anúncios e patrocínios também em funerais e cemitérios?
Tudo é possível neste mundo. O dinheiro compra ou pensa que compra até amor verdadeiro, imortalidade, almas em liquidação nas bacias e outras mercadorias menos votadas. Pois é, o negócio é esse mesmo, pagar caro e depois sair por aí mostrando que está podendo. Ou, ao menos, enganando, com certas imitações perfeitas do Oriente e do Ocidente que andam por aí.
As falsificações verdadeiras salvam os curtos de grana do mico de não andar devidamente marcado, etiquetado e grifado, feito um fosforescente poste ou outdoor humano. Saudade dos homens-sanduíche.
(Jaime Cimenti)
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