Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
domingo, 29 de janeiro de 2012
Eliane Cantanhêde
No devido lugar
BRASÍLIA - O porta-voz do Irã, Ali Akbar Javanfekr, disse que Lula "está fazendo muita falta", e o chanceler do Reino Unido, William Hague, desconversou sobre uma possível mediação do Brasil na Síria, no Irã e no conflito Israel-Palestina.
Javanfekr lamenta que o Brasil não seja mais um amigão. Hague, de certa forma, coloca o país no seu devido lugar. Em ascensão, mas sem essa de potência mundial.
Dissemina-se assim para além das fronteiras brasileiras a percepção de que algo muda na política externa, mas a guinada é de tom e de estilo. O Brasil, porém, não está virando as costas para a "esquerda" e a política Sul-Sul para priorizar a "direita" e o Norte. Tenta apenas recuperar uma diplomacia mais recatada e reequilibrar as alianças.
Dilma fala pouco, mas diz o que quer. Preferiu o Fórum Social em Porto Alegre ao Fórum Econômico em Davos, concedeu visto para a oposicionista cubana Yoani Sánchez e vai nesta semana a Cuba encontrar-se com Raúl e (talvez) Fidel Castro.
Ela não vai condenar publicamente a morte de mais um dissidente do regime mas também não vai tapar a boca, os olhos e os ouvidos, fingindo que nada aconteceu -como Lula, que confraternizou com Fidel às risadas justamente no dia em que um outro opositor morreu por greve de fome.
O mais provável é que converse reservadamente com os Castro tanto sobre presos políticos quanto sobre a autorização para a blogueira Yoani sair do país e vir ao Brasil. Ela tem cacife para isso. O comércio com Cuba cresceu 31% em relação a 2010 e atingiu US$ 642 milhões em 2011.
A viagem a Cuba pode ratificar uma política externa menos ideológica, não partidária e sem ranços contra EUA ou pró Venezuela.
O desafio de Dilma agora é evitar uma política externa excessivamente cautelosa, corrigindo o que andava errado sem perder as inegáveis conquistas da era Amorim. É, aliás, o que ela tenta fazer na política interna.
elianec@uol.com.br
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