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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
30 de janeiro de 2012 | N° 16963
L. F. VERISSIMO
Na minha opinião
O Espião que Sabia Demais é o título bobo de um bom filme. Mas um comentário que ouvi na saída do cinema diz tudo: “Não entendi nada, mas adorei”. É daqueles filmes em que a interpretação de alguns atores, a atmosfera, a fotografia etc. dispensam a compreensão. Você não precisa entender para adorar. Tudo é para ser subentendido, e este é um dos seus atrativos.
Mas quem não quer que o subentendido seja tão “sub” assim talvez saia do cinema frustrado. Desafio qualquer um que viu o filme a dizer o que, exatamente, incrimina o “mole”, ou a toupeira plantada pelos soviéticos no Serviço Secreto britânico que George Smiley acaba desmascarando. Ou então isto está explícito no filme e eu é que perdi. Nunca se deve descartar os devaneios, ou a burrice, de um crítico.
Quem não se contenta em gostar sem entender pode preparar-se antes de ver o filme. Fazer uma espécie de curso de iniciação à trama. A melhor opção seria ler o livro do John Le Carré no qual o filme é inspirado. Le Carré também costuma ser elíptico quando poderia ser direto, mas no livro não há dúvida sobre a armadilha que montam para enredar o espião. Quem não puder ler o livro pode procurar a série feita pela BBC, com Alec Guinness no papel de George Smiley.
Serviria como uma introdução ao mundo de Smiley e o desenlace seria suficientemente claro para você depois poder aproveitar o filme atual sem se preocupar em entendê-lo. Só que aí teríamos outro problema. A BBC e Alec Guinness fizeram a adaptação definitiva de Le Carré e do seu improvável herói. Nas comparações, O Espião que Sabia Demais perderia feio e nem um ator com a qualidade de Gary Oldman se salvaria. Depois de Alec Guinness, qualquer outro George Smiley é certamente um impostor.
As duas melhores versões para o cinema de livros do Le Carré, na minha opinião, são a primeira, O Espião que Saiu do Frio, com Richard Burton dirigido por Martin Ritt, e A Casa da Rússia, com Sean Connery dirigido por Fred Schepisi, que, além da beleza da Michelle Pfeifer como a russa cujo encanto é mais forte do que qualquer lealdade ou ideologia, tem a beleza da música de Jerry Goldsmith. O Jardineiro Fiel, do nosso Fernando Meireles, foi uma tentativa respeitável. O terceiro lugar é dele.
O quarto, vá lá, é de O Espião que Sabia Demais.
Mudos
Não sei se O Artista merece toda essa festa. É um filme agradável e curioso com alguns bons achados, mas a novidade se esgota em pouco tempo. E ele tem um precursor que, se não era muito melhor, foi o primeiro com a mesma ideia, o Filme Mudo, do Mel Brooks. A melhor piada do Brooks: só um personagem fala em todo o filme – o mímico Marcel Marceau. As melhores piadas de O Artista são do cachorro.
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