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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
12 de janeiro de 2012 | N° 16945
CLAUDIA TAJES
A hora do pesadelo: os impostos
Eu tenho uma empresa. Uma pequena empresa. Bota pequena nisso. Uma empresa que passa notas fiscais a quem me contrata para escrever. Tudo direitinho, sem caixa dois. Minha empresa não gera empregos, nem riquezas, serve para compor a renda doméstica. Uma empresa que se resume a mim, proprietária e funcionária. E, a cada pagamento de impostos, otária.
Minha empresa se chama Mulher Feia Textos e Roteiros Ltda., nome que causa alguns constrangimentos. Quando ligam para a nossa sede, que é aqui em casa, alguém do outro lado da linha pergunta: falo com a Mulher Feia? A dúvida é sempre entre responder que sim ou mandar a pessoa longe.
Mas constrangedores mesmo são os impostos que a Mulher Feia paga. Para toda notinha emitida, uma cacetada. De três em três meses, uma composição leonina de tributos, os tais impostos trimestrais, que acabam com a aparente estabilidade contábil desta potência do setor de serviços.
Por causa de diversos rabos deixados por uma ex-contadora que se mandou para o Nordeste, descobriu-se que a Mulher Feia precisa quitar pendências. E aí vem a parte mais bizarra da história, mais até que a razão social da minha empresa e os impostos em si: o parcelamento proposto simplesmente inviabiliza colocar as contas em dia.
É impossível arcar com os impostos mensais e mais os atrasados. E se isso acontece com uma empresa sem porte, dá para imaginar o que sofrem os empresários de verdade, os que precisam honrar com as obrigações trabalhistas e reinvestir nos seus negócios. Fica fácil entender porque quatro em cada 10 novas empresas fecham as portas após dois anos.
Um e-mail que vem de Lisboa sugere que, no campo da declaração de renda a ser preenchido com os dependentes, os portugueses não esqueçam de colocar, junto com o nome de seus filhos, a palavra “Governo”. Vou fazer o mesmo. Pelo menos, votei na Dilma e gosto dela.
Se me dão licença, agora preciso trabalhar até maio ou perto disso apenas para pagar meus impostos. E o senhor e a senhora que estão lendo, também.
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