quarta-feira, 11 de janeiro de 2012



11 de janeiro de 2012 | N° 16944
EDITORIAIS ZH


Estiagem de iniciativa

Os recursos federais para atenuar os prejuízos da seca no Estado são bem-vindos, mas é doloroso constatar que o dinheiro estava disponível desde o ano passado e só não veio antes devido à falta de projetos adequados que justificassem sua aplicação. Esta verdadeira estiagem de iniciativas políticas e administrativas precisa servir para uma reflexão de gestores públicos e cidadãos para que possa ser devidamente equacionada.

Um dos problemas mais comuns da destinação de verba oficial para o enfrentamento das consequências de fenômenos climáticos como secas, inundações, ventos fortes e granizo é a associação com questões de interesse político.

Os repetidos anúncios oficiais da liberação dos mesmos recursos, sem que os valores cheguem efetivamente aos destinatários finais, são uma das consequências dessa deformação. O outro é o excesso de burocracia, que na maioria das vezes torna o dinheiro inacessível. Os administradores municipais, porém, também têm uma parcela importante de responsabilidade, ao se omitirem muitas vezes diante de problemas enfrentados pela comunidade.

No momento em que o Estado está novamente às voltas com uma seca, ao que tudo indica de efeitos devastadores e prolongados, administradores públicos eleitos para defender os interesses dos cidadãos precisam demonstrar eficiência no enfrentamento dos dramas provocados.

Um primeiro passo importante nesse sentido é procurar lidar bem com os trâmites burocráticos, além de demonstrar eficiên- cia na elaboração de projetos que realmente visem a compensar os prejuízos registrados.

É inadmissível que recursos já liberados, numa época em que tantos gaúchos necessitam deles, na cidade e no campo, acabem mofando de um ano para outro devido acima de tudo à falta de competência para se candidatar a eles. As comunidades precisam pressionar para que seus representantes eleitos se empenhem mais pelos seus interesses, com projetos eficientes capazes de no mínimo atenuar os estragos da seca.

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