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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
05 de janeiro de 2012 | N° 16937
LETICIA WIERZCHOWSKI
Dos cachorros perdidos
Quando eu era pequena, tive um cãozinho chamado Wisky. Um dia, o Wisky desapareceu. Passou um dia inteiro sumido, e achamos que tinha fugido do pátio. Fiquei tristíssima.
Na manhã seguinte, encontramos o Wisky dentro do forno do meu fogãozinho de brincadeira – era um fogão de metal colorido, com um forno com portas de mola, e o Wisky, pequenino e curioso, ao espiar lá para dentro, acionou a mola e foi catapultado para o interior forno, lá permanecendo até que a minha mãe o encontrou, com fome e sede, mas perfeitamente intacto.
Depois foi a vez do Peter, e esse foi um sumiço espetacular. O Peter era um cocker spaniel negro, inteligentíssimo, que tinha fugido de uma outra casa, e um dia entrou no nosso carro, agregando-se assim à família.
Pois, certa vez, tínhamos ido às dunas em Cidreira, costumávamos passar algumas tardes na beira da lagoa, e era uma alegria. Naquela vez, o Peter foi conosco e, ao descer do carro, fascinado pela imensidão de areia, aquele cocker maluco saiu correndo e desapareceu.
Passamos a tarde inteira chamando por ele, e nada. Meu padrinho voltou à lagoa por mais duas tardes (era um virginiano teimoso), até que, na terceira tarde de buscas, viu uma manchinha preta na imensidão de areia branca: era o Peter que, com insolação e desidratado, estava caído no alto de um cômoro. O Peter recuperou-se galhardamente, mas nunca deixou de dar as suas escapadinhas, até que, um dia, escapou-nos de vez...
Agora a Nana, nossa cachorrinha, resolveu entrar 2012 causando sustos, e fugiu, cavando um buraco sob o portão. Explico-me: a Nana, que já é uma senhora de 12 anos, vive conosco desde pequena e, depois de nove anos, quando nosso filho caçula nasceu, a Nana foi morar uns tempos na casa da minha irmã, onde vive feliz até hoje.
Assim, nesses dias de verão, ela estava conosco de férias. E fugiu. Todos os vizinhos já sabem, e, oxalá, a Nana vai aparecer. Mas me bateu uma tristeza quase infantil – por mim, pela minha irmã, pelos meus meninos. Qual foi a criança que nunca chorou por um seu cãozinho?
Volta Nana, volta logo. Volta, nossa Nana Caymmi peluda. Mas, se não voltar, que estejas feliz com alguma família legal... Afinal, o Peter pulou pra dentro do nosso carro num domingo, sem avisos, e foi um grande amigo que eu tive.
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