sexta-feira, 4 de novembro de 2011


Jaime Cimenti

Crônica social de um casamento não anunciado

Esses dias, num local do planeta Terra globalizado, houve um casamento entre um homem e uma mulher pertencentes ao que antigamente se costumava chamar de alta sociedade ou high society. Que eu saiba essa expressão agora está só na canção da Rita Lee, cantada pela Elis, numa outra que não lembro e no título do filme clássico com Grace Kelly, Bing Crosby e Frank Sinatra.

O saudoso colunista social Ibrahim Sued disse, entre uma champanhota e outra bebericada - gente fina não bebe, beberica - na pérgula do Copacabana Palace, que em sociedade tudo se sabe, mas nem tudo se conta.

Correto, isso a gente aprendeu com ele. Verdade que os tempos são outros. Todo mundo anda falando tudo a toda hora, em tudo quanto é lugar. Mas em memória ao Ibrahim e em respeito à vontade dos noivos, não mencionarei seus conhecidos nomes, o local, a data e os detalhes da megafesta, muito menos direi os nomes e sobrenomes fulgurantes dos ilustres convidados.

Aliás, foram muitos demais os vips e ficaria difícil, praticamente impossível, pinçar com o devido cuidado fotos ou nomes entre centenas. Para agradar a todos só com uma edição inteira do jornal feita exclusivamente de páginas sociais. Ideia boa, simpática até.

Os colunistas sociais, aliás, não noticiaram esse que foi um dos casamentos do ano (ou o casamento do ano), mas, em compensação, se livraram do stress. Seria impossível escolher apenas algumas socialites, alguns caciques, sem desagradar aos demais. Melhor assim, acho, para todos maior finesse.

Estão de parabéns os noivos pela discrição, pela educação, pela inteligência e por estarem de acordo com novas tendências e atitudes.

Às vezes, menos é mais, e a preservação da intimidade, numa época de quase total falta de privacidade, é uma notícia boa, interessante, mesmo que o acontecimento deva permanecer longe do apetite infinito das mídias, jornalistas e leitores vorazes.

Num momento destes cabe ao cronista ser discreto e apenas comentar e elogiar o fato, mostrando que, mesmo bem informado, também está adaptado aos novos hábitos dos novos tempos e permanece de bocca chiusa.

Campai, longa vida, felicidades aos noivos. Prosit! Cheers! Salute! Viva gli sposi! Shalom! Lechaim! Salud! Santé! Tomara que sejam felizes na intimidade e em público, que seu casamento seja tipo frescobol, em que os dois se divertem, ninguém ganha ou perde, e não feito uma partida de tênis, na qual um indivíduo ganha e o outro fecha a cara.

Gostosa sexta-feira pra vc leitor deste blog. Um lindo fim de semana. Ainda em São leopoldo fazendo oficina de Autoavaliação do Gespública.

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