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sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Jaime Cimenti
Conquistando o pai ausente e reconquistando a amada
O denso romance O tempo que eu queria marca a estreia, no Brasil, do escritor, ator e diretor de rádio e de TV italiano Fabio Volo, consagrado autor dos best-sellers È una vita che ti aspetto e Esco a fare due passi, traduzidos para várias línguas.
Fabio Volo recebeu em 2010 o prestigiado Prêmio Literário Isola D’Elba e sua obra tem impressionado a milhares por refletir com sensibilidade o homem comum, com suas dores, amores, grandezas e pequenezas. Em O tempo que eu queria, que já vendeu mais de um milhão de cópias com seu texto afiado e inovador, o protagonista Lorenzo não é bem-sucedido no amor.
Pode ser que não saiba amar, ou que não tenha condições de demonstrar seu amor. Ele se depara com dois amores difíceis de reconquistar, de reconstruir: seu pai, um homem ausente, e “ela”, que foi embora e talvez nunca mais volte.
Crescer pode significar aprender a amar e a perdoar, compreender as próprias frustrações, ir em busca do tempo que perdemos e não podemos mais resgatar. Esse é o duro mas inevitável caminho que Lorenzo percorre, viajando à procura de si mesmo e de seus sentimentos autênticos e profundos.
Alternando com habilidade flashbacks da infância do protagonista e a tristeza ao final de um grande caso de amor com uma mulher, cujo nome aparecerá apenas no final da narrativa, Fabio Volo mostra a luta do protagonista para tentar consertar o relacionamento com o pai e para reconquistar a pessoa amada. Personagens, frases e palavras da obra servem como pontes que permitem mover de onde você está para onde você quer ir.
Ao fim do romance os leitores terão a sensação de que poderiam eles mesmos terem sido os autores da história. Provavelmente o leitor vai constatar que já viveu emoções semelhantes, leu os mesmos livros, viu os mesmos filmes e amou pessoas parecidas.
Com sua linguagem criativa e sua arquitetura narrativa bem armada, o autor mostra que está muito acima da média dos best-sellers italianos ou estrangeiros, repletos de chavões e construções esquemáticas. Uma frase resume a obra: você não está vivendo se não souber como viver.
Editora Bertrand Brasil, 294 páginas, tradução de Joana Angélica d’Avila Melo, R$ 39,00, mdireto@record.com.br.
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