Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
14 de novembro de 2011 | N° 16886
PÁGINA 10 | LETÍCIA DUARTE (Interina)
Choque de paz
Claro que nada se resolve simplesmente pela ocupação da favela da Rocinha, que o combate ao tráfico exige ações mais complexas, que o verdadeiro desafio começa depois que os flashes das câmeras de televisão forem desligados.
Mas, em meio a tantas notícias de corrupção e de abuso de poder, as cenas da Bandeira do Brasil tremulando numa zona que parecia condenada a permanecer eternamente sob o domínio do tráfico servem como um símbolo de que um outro país é possível. Há até pouco tempo, ninguém acreditava sequer que a polícia pudesse ousar subir o morro.
Agora, já são 19 favelas retomadas pelas operações de pacificação, capitaneadas pelo secretário da Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, e postas em prática a partir de uma cooperação política entre diferentes esferas de poder.
Num país apadrinhado pelo “malfeito”, é importante valorizar o significado desta ocupação histórica, tantas vezes considerada impossível. Ainda mais porque a retomada aconteceu sem nenhum tiro disparado.
Mais difícil é saber qual desses dois Brasis vai prevalecer. O Brasil da pacificação pode se impor ao Brasil das milícias, tão fielmente retratadas pelo filme Tropa de Elite II?
Assim como teme os traficantes, a população também teme a polícia. No Complexo do Alemão, ocupado há um ano, proliferam relatos de abusos cometidos por aqueles que deveriam proteger. Moradores chegaram a apelidar a polícia de “Comando Verde”, numa alusão ao “Comando Vermelho”, que reúne criminosos. Sabem que o poder muda de mãos, mas o crime continua a impor suas regras, muitas vezes com a conivência – a participação e até o protagonismo – de agentes públicos.
Ao mesmo tempo em que as Unidades de Polícia Pacificadora exibem suas conquistas, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) deixou o país temendo uma série de ameaças de morte feitas pela “máfia das milícias”. Tudo porque ousou desafiá-las, ao liderar uma CPI sobre o tema na Assembleia do Rio.
A retomada da Rocinha reacende a esperança, mas este é um sonho para se sonhar de olhos bem abertos.
DIREITOS HUMANOS NA VITRINE
Desfrutando de prestígio crescente no Planalto, a ministra Maria do Rosário distribuiu autógrafos na Feira do Livro de Porto Alegre no final de semana. Intitulada Resgate da Memória e da Verdade: um direito histórico, um dever do Brasil, a obra organizada por ela, com autores convidados, analisa reflexos da ditadura e apresenta uma proposta de trabalho para a comissão da verdade.
A presidente Dilma Rousseff anda tão satisfeita com o trabalho de Rosário na Secretaria de Direitos Humanos que pretende dar mais poder a ela. Uma das propostas em discussão no governo é a criação do Ministério dos Direitos Humanos, que agruparia sob o comando da gaúcha também as secretarias de Igualdade Racial e de Mulheres.
Na agenda da presidente desta semana, estão duas solenidades para reforçar ações da área: o lançamento do Plano Nacional de Direitos para as Pessoas com Deficiência, na quinta, e a sanção da Comissão da Verdade, na sexta.
O acidente que matou o deputado Chicão Gorski fez colegas refletirem sobre o ritmo frenético de viagens pelo interior: Jerônimo Goergen, que já sofreu três acidentes, calcula uma média de 2 mil quilômetros percorridos por fim de semana.
Posse trágica
Diante da tragédia que matou o deputado Chicão Gorski (PP), o suplente Ernani Polo nem conseguiu comemorar a realização do tão acalentado sonho de assumir como deputado estadual.
Abalado pela perda do colega de partido, com quem havia almoçado na última terça-feira, o secretário-geral do PP passou o dia chorando.
– A gente sempre lutou para assumir, mas não desta forma. Pensava que poderia ser com a eleição de algum deputado a prefeito. É um momento de muita dor, mas talvez seja uma missão – disse.
Pró-aliança
A nova corrente do PT, grupo ainda sem nome que reúne líderes como os deputados Miriam e Fernando Marroni, o chefe de gabinete do Piratini, Vinicius Wu, e o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, está preparando uma moção para apresentar aos pré-candidatos do PT à prefeitura de Porto Alegre, Raul Pont e Adão Villaverde.
O grupo vai defender que se mantenha o diálogo com o PC do B e com o PSB e que o futuro candidato esteja aberto a alianças com outros partidos, como PTB e PSD – inclusive para o vice.
A posição, aliás, é semelhante à que vem sendo defendida pelo governador Tarso Genro. Uma das preocupações é evitar que a disputa política pela prefeitura interfira na base de sustentação do governo do Estado.
Correntes que temem o isolamento do PT e priorizam alianças com outros partidos em Porto Alegre tendem a apoiar Adão Villaverde, considerado mais flexível do que Raul Pont, visto como intransigente.
Foi a própria presidente Dilma Rousseff quem pediu para Maria do Rosário desistir da candidatura a prefeita de Porto Alegre. Dilma sabe que o tema dos direitos humanos dá visibilidade ao país no plano internacional e quer turbinar a pasta.
ALIÁS
Pouco adianta o troca-troca de ministros se as estruturas internas que favorecem a corrupção permanecerem intocadas e se as denúncias que provocam a queda forem esquecidas após a saída do titular.
Dilma x Lula
Em parceria com o Ibope Inteligência, a Câmara Americana de Comércio (Amcham-Brasil) consultou executivos associados à entidade em todo o país sobre o governo Dilma. Os dados, inéditos no Rio Grande do Sul, serão apresentados na sexta-feira, em Porto Alegre, durante o CEO Fórum, que encerra o 4º Ciclo de Decisões. Confira alguns destaques:
- Para 58% dos entrevistados, Dilma está mais interessada em uma aproximação com os EUA do que a última gestão.
- 43% deles sentem abertura maior para diálogo com esta gestão do que na de Lula.
- 83% concordam que o processo político (alianças e a distribuição de cargos) é o principal gargalo da competitividade brasileira.
- 59% avaliam que a falta de transparência na gestão pública traz implicações negativas aos seus negócios.
MIRANTE
- A nova corrente do PT finalmente vai ganhar um nome: ele será escolhido no dia 26, quando será realizada sua conferência de fundação, no Cais do Porto. Entre os adeptos mais recentes da corrente, estão o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e o deputado estadual Altemir Tortelli.
- Em nota à coluna, o presidente da Asdep, Wilson Müller Rodrigues, contesta a interpretação de que os delegados teriam interesse em fazer o concurso de procurador para ganhar mais: diz que a classe já tem a equiparação garantida desde a Constituição de 1988: “ O Estado é que se nega a pagar”.
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