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segunda-feira, 1 de agosto de 2011
01 de agosto de 2011 | N° 16779
PAULO SANT’ANA
Um furo, pra distrair
Eu ontem, às 10h, ouvi uma notícia estarrecedora na Rádio Gaúcha: como todos sabem, não existe mais ministro do Exército, nem ministro da Guerra.
O cargo equivalente agora é o de comandante do Exército. E a notícia dizia que o comandante do Exército brasileiro está envolvido em uma fraude no valor de R$ 11 milhões. E que mais oito generais também estão sendo investigados, junto com o comandante, sobre essa fraude que atinge o Departamento de Engenharia do Exército.
Preteou o olho da gateada. É o fim da picada. E vou torcer para que não seja verdade.
É o fim da picada ou não é? Antes de responder, saibam que o prefeito de Cidreira, sábado passado, teve sua casa assaltada, ele foi amarrado e amordaçado junto com um casal de idosos, os ladrões levaram R$ 5 mil e o churrasco já assado que ele estava servindo.
Mas o pior veio depois: o prefeito teve de registrar a queixa do assalto na delegacia de polícia de Tramandaí porque todas as delegacias do seu município estavam fechadas, custa a acreditar. Polícia com delegacia fechada não existe.
Preteou o olho da gateada.
São testemunhas os meus leitores, os meus ouvintes e os meus telespectadores de que para mim não foi surpresa este fato amargo de que o Grêmio esteja à beira do rebaixamento.
Para mim não foi difícil prever: observei apenas que todos os times que se encontravam abaixo do Grêmio na tabela não eram piores do que o Grêmio. Eram – tristemente deponho e peço que me acreditem – melhores do que o Grêmio. Só esta coluna previu a possibilidade iminente do rebaixamento.
E se o futebol guardava alguma lógica, o Grêmio tinha de ser rebaixado.
Anteontem, após a derrota para o Flamengo, o vice-presidente gremista Vicente Martins disse, entre outras coisas, o seguinte no microfone da Gaúcha: “O presidente Paulo Odone não pode sair. Ele é eleito e, apesar dos maus resultados, não pode sair.”
Qualquer pessoa minimamente inteligente entendeu o certo: Vicente Martins estava dizendo que ele próprio é que teria de sair.
Foi o que afinal acabou acontecendo. Vicente pediu demissão a Odone sábado mesmo. E hoje será formalizado o seu afastamento. Esta notícia da queda de Vicente eu acabei dando, ontem às 19h18min, com absoluta exclusividade na Rádio Gaúcha. O coroa aqui ainda está em forma, furando a periferia.
Vicente Martins, ao pedir demissão, foi um verdadeiro gremista, colocou o clube acima de sua vaidade pessoal.
Alguma coisa tinha de ser feita. O Grêmio corre como um bólido para o rebaixamento.
Odone, repleto de erros de cálculo e de gestão futebolística, tomou, afinal, uma atitude firme.
Tem de colocar no futebol quem entenda realmente do metiê. O Grêmio precisa de uma sacudida forte: existem elementos sólidos de informação no sentido de que há frouxidão na conduta dos jogadores fora do campo. Salários milionários, resultados horrorosos...
É necessário firmeza e muita vontade de sair dessa posição vergonhosa que o Grêmio ocupa na tabela.
E quem se candidata a ser treinador do Grêmio é Celso Roth: se Julinho cochilar, o cachimbo cai.
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