sábado, 6 de agosto de 2011



06 de agosto de 2011 | N° 16784
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


Ernesto e o Bombo

Brasileiro, americano,
Em ti eu vejo um Hermano,
Meu amigo, meu parceiro.
Sou teu irmão, companheiro,
Teus sonhos são os meus sonhos,
Tua dor é a minha dor.

Nós não somos diferentes,
Diferente é a nossa cor.
No peito de todos nós
O coração ergue a voz,
Bombo leguero e tambor.

Bombo, bombo, bombo
Leguerito mio.
Bombo, bombo, bombo,
Leguerito mio.

Todos os duendes dos sonhos
Wiracocha, Pachamama,
Tupã, Xangô e a larga fama
Do Deus de todos os crentes
Para que esteja presente
Com seu amor que ilumina
A terra que nos irmana
E esta raça tão humana
Que até parece divina.

Esses versos aí acima fiz como se fosse o Ernesto conversando com o bombo leguero. A ligação dele com o instrumento é mais que visceral, é anímica. No bombo, ele sente o pulsar do próprio coração e a vibração da terra ligando harmonicamente o homem americano ao pampa.

Atrás das origens do bombo leguero, ele andou pela Argentina, de Santiago del Estero a La Plata acompanhado por gente especial: Rene Goya Filho, Pablo Chasseraux e Paulinho Fagundes. Em Santiago, visitou o Pátio do famoso luthier de bombo leguero, Índio Froilán Gonzalez. Acompanhado pelo violão do mano Paulinho, bateu bombo na praça de Santiago e em Buenos Aires, em plena Plaza de Mayo, diante da Casa Rosada.

De tudo resultou um magnífico documentário cinematográfico dirigido pelo Rene e que hoje, sábado, às 14h, será exibido, com entrada franca, no Palácio dos Festivais. É a primeira vez que algo semelhante é exibido na programação do Festival de Cinema de Gramado. E o diretor Rene, da Estação Elétrica, e o Ernesto estarão lá conferindo tudo de perto.

O Ernesto é um vencedor. Adolescente ainda, era campeão de chula e de malambo. Daí, para o bombo leguero, foi apenas um passo – sapateado... Eu lhe dei o primeiro bombo leguero, hoje peça de museu no Alegrete. Parece que foi o maior presente que Ernesto Fagundes ganhou até hoje.

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