sábado, 27 de agosto de 2011



28 de agosto de 2011 | N° 16807
PAULO SANTANA


O miserável de Assis

Na vida de São Francisco de Assis, existe uma passagem magistral.

Ele tinha apenas três seguidores, em breve eles seriam 500, alguns poucos anos se tornariam 5 mil e em seguida milhares e milhares de frades franciscanos espalhados pela face da Terra.

Como eu dizia, os quatro miseráveis, possuindo somente suas sandálias e os hábitos marrons sujos, com uma corda amarrada na cintura e sandálias de couro, fizeram uma visita ao bispo de Assis.

Em determinada parte da audiência, o bispo disse-lhes que não se conformava que eles não possuíssem nada, que tinham de ter pelo menos uma casa que os abrigasse, uma cacimba e alguns animais que lhes dessem sustento.

E São Francisco, que abandonou o lar de seu pai, rico comerciante de Assis, que se despojou de todas as suas coisas e foi mendigar e pregar a Deus, disse ao bispo: “Se tivéssemos quaisquer posses, teríamos de ter leis e guardas para protegê-las”.

Assim somos nós nesta vida terrena de brasileiros. Se tivermos apenas um tênis e um celular, estamos sujeitos a sermos roubados a qualquer momento de nossos pertences.

Só os miseráveis, como São Francisco de Assis, estão livres aqui no Brasil dos assaltos, dos furtos e dos roubos.

E olhe lá, porque os miseráveis no Brasil não andam livres das agressões: todos os dias aparecem nos jornais notícias de que um morador de rua teve suas vestes e seu corpo incendiados por vândalos.

Além dos roubos, quem possui qualquer bem no Brasil está sujeito à maior fúria fiscal da Terra: os brasileiros trabalham cinco meses do ano somente para pagar impostos.

O trágico nisso é que estimula a que as pessoas se conformem em serem pobres, pelo menos estarão livres da maior e mais cruel carga de impostos a que submeteram os humanos.

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