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quarta-feira, 24 de agosto de 2011
24 de agosto de 2011 | N° 16803
EDITORIAIS ZH
A responsabilidade das concessionárias
Ao mesmo tempo em que soa como promissora e merecedora de aplausos a privatização de um aeroporto na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, também escandaliza a imprevidência do Daer e da concessionária responsável pela rodovia Três Coroas-Gramado, a ERS-115, bloqueada devido a rachaduras na pista.
Embora distantes geograficamente, os dois fatos têm uma relação importante para a sociedade, pois envolvem parcerias entre o poder público e a iniciativa privada para oferecer serviços aos cidadãos.
A bem-sucedida concessão do aeroporto potiguar, que envolveu a disputa de quatro grupos interessados e resultou num ágio de 228% para a União, aponta uma saída inteligente para o impasse das obras relacionadas com a Copa do Mundo de 2014. Sem estrutura financeira e operacional para tocar os projetos na velocidade desejada, o governo precisa mesmo buscar parceiros com a competência requerida.
O aeroporto de Natal pode servir de modelo para outras concessões que garantam a infraestrutura indispensável para o evento internacional que o país se propõe a promover.
Mas é essencial que o governo se cerque de garantias para evitar que, ao menor indício de prejuízo, o investidor privado se retire. Neste sentido, a Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária do Vale do Paranhana age com legitimidade ao pedir a responsabilização econômica e criminal do Daer e da concessionária que administra a ERS-115.
Não é possível que os usuários da rodovia fiquem sem a estrada e sem a alternativa de um desvio por três meses, que é o prazo previsto pelos engenheiros para o conserto do estrago. Se não tiveram competência para prevenir os danos, que já vinham sendo monitorados desde maio, que pelo menos ajam com urgência para consertar a estrada.
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