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sábado, 6 de agosto de 2011
06 de agosto de 2011 | N° 16784
PAULO SANT’ANA
Fim dos desabrigados?
Tem dois tipos de pessoas que não tenho visto nas ruas de Porto Alegre nestes dias de frio e chuva rigorosos: os azuizinhos e os desabrigados.
Não sei se a EPTC não distribuiu capas e agasalhos para os azuizinhos, o fato é que eles desapareceram das ruas completamente, mal chegaram o frio e a chuva.
E desabrigados também não há na cidade.
Curioso, telefonei para o prefeito José Fortunati. Perguntei a ele sobre que mistério é este, que não há desabrigados em Porto Alegre, não se vê nenhum deles nas ruas.
A resposta do prefeito: “Sabe, Sant’Ana, apesar de toda a chuva que tem se abatido sobre o nosso Estado, trazendo problemas dos mais variados e desabrigando milhares de famílias por esse Rio Grande, é importante salientar que em Porto Alegre não houve nenhum caso de família que teve que ser removida pelas enchentes. Não é porque em Porto Alegre tenha chovido menos. Isto é fruto de ações concretas da prefeitura. Gostaria de destacar abaixo algumas delas:
1) Desde que assumi (2010), estamos retirando as famílias em situação de risco de alagamento, desmoronamento e desabamento através de um mecanismo chamado de ‘aluguel social’. Ou seja, nós cadastramos as famílias para que recebam unidades habitacionais no programa Minha Casa Minha Vida e de imediato permitimos que elas escolham uma casa para alugar até um determinado valor.
A prefeitura aluga a casa e fica pagando o aluguel até a entrega da unidade habitacional definitiva (em torno de um ano). Quem escolhe a casa para alugar é a própria família e pode estar localizada em qualquer área do município.
2) Ao todo, são mais de mil famílias que estão sendo contempladas com o ‘aluguel social’ neste momento. Terminei, desta forma, com as famigeradas ‘Casas de Passagem’. Comunidades como as da Vila dos Sargentos, Loteamento Túnel Verde, Vila dos Herdeiros, Jardim Ipê, estão nesta situação;
3) Também criei o Programa de Fiscalização e Monitoramento Ambiental, que vistoria todas as cerca de 70 áreas de risco da cidade, verificando as condições das moradias e impedindo a proliferação de novas ocupações;
4) Também é importante destacar as grandes obras de drenagem que estão sendo feitas desde 2005 e que impedem os alagamentos: Conduto Forçado Álvaro Chaves, bacia de detenção de cheias na Chácara das Pedras, reforma das casas de bombas que drenam as águas para o Guaíba, rede de macrodrenagem da Avenida Panamericana (Lindoia), redes do Arroio Sarandi etc.;
5) Ampliamos as equipes e serviços executados pela Divisão de Conservação do DEP que resolvem problemas de alagamentos locais.
É lógico que pontualmente ainda temos problemas de alagamentos em dias de muita chuva e por isso prosseguimos com as obras, como é o caso das recém-iniciadas obras de drenagem da Avenida Farrapos e São Pedro. Acho, portanto, Sant’Ana, que estamos cumprindo nosso dever e vou ficar torcendo para que tu continues a não ver desabrigados nas ruas da nossa cidade”.
Desliguei o telefone fortemente impressionado com o relato do prefeito Fortunati. Não há dúvida de que a política, quando bem manejada, é fator de salvação social.
No entanto, assim que terminei de escrever o que está acima, chegou-me um e-mail de um leitor (sergiohkeller@serkell.com.br) dizendo que assistiu a dezenas de pessoas desabrigadas nas ruas e que os albergues de POA estão lotados.
Será que tive uma falsa visão da realidade?
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