Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 27 de agosto de 2011
28 de agosto de 2011 | N° 16807
TEMA PARA DEBATE - Roberto Callage*
Onde está a ideia?
Em um minuto, 694.445 buscas são feitas no Google, 60 novos blogs são criados, 510.040 comentários publicados no Facebook e 600 vídeos no YouTube e, ao mesmo tempo, continuamos vendo TV, lendo jornais e revistas e ouvindo rádio como nunca.
A revolução digital começou silenciosa e mudou a publicidade. Palavras como crowdsourcing, brand content, search marketing e transmidia invadiram nossas vidas, sem que ninguém soubesse bem seus significados nem o que fazer com elas. E a propaganda, além de anunciar, passou a conversar com os consumidores.
O conteúdo foi além dos espaços da publicidade, virando informação, jornalismo, entretenimento, games, redes sociais e tudo o que é gerado por milhões de pessoas que encontraram na tela do computador o seu canal de expressão.
Relevante ou banal, inteligente ou vulgar, todo mundo tem opinião, todo mundo é produtor e consumidor de informação. Contrariando Andy Warhol, acho que no futuro teremos direito a 15 minutos de anonimato, não de fama.
Rompeu-se a barreira entre off e online, somos tudo ao mesmo tempo.
Mas tem uma coisa que me preocupa, ligada diretamente à área criativa: muitas vezes, parece que a internet está substituindo o nosso cérebro. Será que não estamos transferindo nossos neurônios para o mundo digital, junto com nossas músicas, fotos, comentários e senhas? É como se os arquivos mais ricos ficassem sem função: nossa memória, nossos afetos, experiências, conhecimento, percepções, e a nossa capacidade de cruzar tudo isso e transformar em ideias.
Criar é uma tarefa que estamos lentamente terceirizando. Não temos ideias. Procuramos ideias. Como se elas já estivessem praticamente prontas, em algum lugar. Pensando nisso, quando aceitei assumir a presidência do 18º Festival Internacional de Publicidade, achei importante provocar a discussão sobre o valor da criação, pois são as grandes ideias que envolvem e transformam.
“Onde está a ideia?” é o tema do festival, que acontece em Gramado, nos dias 31 de agosto, 1º e 2 de setembro. Convidamos para debater criadores de cinema, TV, propaganda, internet, jornalismo, blogueiros. É importante falar das novas tecnologias e ferramentas que tanto nos fascinam, mas ninguém se emociona só com um novo aplicativo.
Sem ideias, saímos do nada para lugar nenhum. Criar é a mais democrática das atividades, qualquer um pode exercê-la em qualquer lugar, não importa onde nasceu ou que escola frequentou. Pode ser compartilhada, coletiva, dividida ou solitária.
De que outra forma uma pessoa, só com caneta e papel, se tornaria uma das maiores fortunas da Inglaterra? Joanne Kathleen Rowling tinha uma grande ideia: Harry Potter. Scheherazade segurou sua própria vida durante 1001 noites porque era criativa e contava histórias. Parece absurdo hoje, mas Freud pensou a psicanálise sem o Google. Toda a inspiração que fez o grupo inglês Monty Python revolucionar o humor na televisão não veio dos vídeos engraçados do YouTube.
Escultores, escritores, sambistas, filósofos, pintores, poetas, roqueiros, roteiristas, fotógrafos, cineastas e publicitários nos mostraram nas suas obras que o amor, o medo, os desejos e as necessidades humanas estão em todas as etapas da civilização e que sempre moraram dentro do homem. E é dentro do homem que está o grande poder.
O poder das ideias.
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