quarta-feira, 7 de agosto de 2024



07 de Agosto de 2024
INFORME - Rodrigo Lopes

Eleitor rejeita bate-boca e exige novas ideias e profundidade

Foi um aquece! O primeiro debate na Rádio Gaúcha e GZH com os pré-candidatos à prefeitura de Porto Alegre foi uma oportunidade para o eleitor tomar conhecimento sobre quem são e o que pensam aqueles que irão disputar o seu voto em outubro. Mas tudo está muito no começo e, por isso, os pré-candidatos ainda estão sentindo o ambiente, se testando e examinando os adversários.

O tema da enchente foi predominante na primeira parte do encontro de duas horas na manhã de ontem, seguindo uma lógica de Maria do Rosário (PT) e Juliana Brizola (PDT) atacando juntas a atual gestão em razão das falhas no sistema de proteção de Porto Alegre, Felipe Camozzato (Novo) evitando críticas mais fortes à administração atual e o prefeito Sebastião Melo (MDB) defendendo as ações do Executivo durante a tragédia.

A polêmica sobre se o Muro da Mauá resistiu ou não, cobranças sobre as casas de bombas e a altura dos diques dominaram a ponto de o tema transbordar para o segundo bloco.

Como tática, ficou clara a dobradinha entre os dois candidatos mais à esquerda, Maria do Rosário e Juliana, e os dois mais à direita, Melo e Camozzato, a ponto de concordarem entre si - e se escolherem mutuamente para responder a perguntas na hora do frente a frente.

O tema da enchente deixou pouco espaço para outros assuntos relevantes do dia a dia da cidade, como educação e saúde.

No terceiro bloco, a participação de moradores de Porto Alegre fazendo perguntas trouxe a público os desafios no sistema de transporte público: a qualidade dos ônibus, a privatização da Carris, o preço da passagem e a integração com a Região Metropolitana. Tudo muito "en passant".

Uma das características do formato de debate é a presença de plateia no estúdio. Nos bastidores, era possível perceber duas sensações:

1) Rejeição ao bate-boca, que apareceu no primeiro bloco. O eleitor está cansado de trocas de agressões entre os candidatos.

2) Cobranças por novas ideias e mais profundidade.

Fica o recado para os próximos confrontos entre os postulantes... _

Por que Kamala escolheu Tim Walz

Walz é ex-membro da Guarda Nacional, ponto relevante para os americanos, pelo histórico militar.

Considerado um "democrata moderado" por aliados, vem do meio rural, espaço que o Partido Republicano tem maior aderência. Joe Biden tem pouco contato com esse grupo, e o Partido Democrata vê oportunidade.

Alguns analistas apontam que Walz tem forte ligação com a classe média trabalhadora branca, espaço com o qual Biden também não tem proximidade. Ainda nesse grupo, ele é descrito como um "vovô do meio-oeste" e foi técnico de futebol americano.

Walz é presidente da Associação Nacional de Governadores Democratas e visto como um "político progressista", com pautas voltadas para o direito das mulheres e alinhado com o discurso de Kamala.

A expectativa era de um vice dos "swing states", os chamados "pêndulos". Minnesota é historicamente democrata, porém acredita-se que os republicanos estariam tentando conquistar o local e esse seria outro motivo para a escolha. Minnesota também está ao lado de Wisconsin e Michigan, que, estes sim, são "pêndulos". _

Uma proposta para lidar com as cheias

Trata-se de do engenheiro civil Carlos Tucci, pós-doutor em recursos hídricos pela Colorado State University, que atuou como professor titular do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS. É um dos membros do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Plano Rio Grande, instalado pelo Estado.

Ele é proprietário da Rhama Analysis, empresa de consultoria nas áreas de engenharia e ambiente.

Após o debate, a coluna apurou que o acerto entre prefeitura e a empresa está encaminhado, mas o contrato ainda não foi assinado. O Dmae disse que não poderia dar detalhes sobre valores e especificações do trabalho a ser feito até a assinatura.

Tucci tem relações com o grupo de holandeses que esteve no RS em junho para analisar o sistema de proteção contra enchentes no Estado.

A coluna conversou com Tucci em junho sobre a chuva no RS. _

Veja alguns pontos

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