01 DE ABRIL DE 2022
OPINIÃO DA RBS
UNIVERSIDADES E AULAS PRESENCIAIS
A exemplo da Educação Básica, o longo período de aulas apenas remotas nas faculdades trouxe prejuízos à aprendizagem nas universidades. É lógico que nas faculdades os estudantes são mais maduros, com maior compreensão do quadro pandêmico e cientes da fase decisiva que atravessam em suas vidas. Portanto, em regra, têm mais consciência e esforço de concentração para absorver os conteúdos. Mas, como nas escolas, há disparidades sociais e nem todos contam com as mesmas condições materiais para acessar aulas virtuais. Assim, já era mais do que hora de retornar às atividades presenciais, como ocorre agora de maneira mais consistente nas maiores instituições gaúchas de ensino superior, públicas e privadas.
Note-se que há dezenas de milhares de universitários gaúchos que passaram a cursar uma faculdade nos últimos dois anos. Muitos deles recém neste momento estão pisando no campus pela primeira vez e conhecendo colegas e professores. É verdade que vários cursos, por sua natureza, como na área de Ciências Humanas, têm carga teórica maior. E nos demais, mesmo nos primeiros anos de aprendizado, predomina a busca pela constituição de uma forte base conceitual para em seguida experimentar a técnica. Mas há diversas formações que exigem introdução às práticas mais cedo. Apenas aulas presenciais podem preencher essas lacunas. Em muitos cursos, depois de certo estágio, é impensável deixar de começar a colocar a mão na massa, como se diz popularmente.
Além do fortalecimento do aprendizado, as aulas presenciais são uma injeção de ânimo na comunidade universitária. São propícias para uma troca de ideias mais produtiva, favorecem o intercâmbio de experiências, permitem a ampliação de redes de contato, facilitam a elucidação de dúvidas com os professores. Práticas laboratoriais e atividades de campo, por exemplo, asseguram uma melhor assimilação de ensinamentos. São insubstituíveis. O ambiente e a infraestrutura adequados, sem dúvida, ajudam os docentes a ensinar e os estudantes a se apropriar do conhecimento. Tanto na graduação quanto na pós-graduação e na produção de pesquisa.
Com o progresso da vacinação, as atividades econômicas e escolas foram reabrindo paulatinamente. Agora, mesmo mantendo cuidados básicos, é possível retomar a convivência de uma forma mais parecida com a normalidade. Com as universidades não é diferente. Muitos desses jovens, em pouco tempo, ingressarão no mercado de trabalho. Em contato com a realidade, estarão sujeitos a grandes responsabilidades. Para isso, devem estar devidamente preparados e aptos para prestar da melhor maneira possível os serviços à sociedade na profissão que escolheram.
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