06 DE JANEIRO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
EXPLOSÃO DE CONTÁGIOS
Confirmam-se os alertas emitidos pela Organização Mundial da Saúde de que poderia haver um avanço de contágios da covid-19 nas últimas semanas do ano passado e nas primeiras de 2022. A exemplo do que vem ocorrendo na Europa e nos Estados Unidos, o Brasil também começa a enfrentar uma onda acelerada de contaminações decorrente da conjugação de fatores propícios ao recrudescimento da pandemia: a disseminação da variante Ômicron, as festas de final de ano, os bolsões de resistência à imunização e, em algumas regiões do país, os surtos de influenza causados pela cepa identificada como Darwin (H3N2).
Ao emitir avisos para todas as 21 regiões covid do Estado, o gabinete de crise do governo gaúcho entra em sintonia com a OMS e com as autoridades sanitárias atentas à disparada de novos casos. Ainda que seja considerada menos letal do que outras cepas, a Ômicron vem se mostrando extremamente contagiosa e nos atinge exatamente no período em que mesmo as pessoas mais cautelosas afrouxaram a guarda para as celebrações de fim de ano. Supõe-se que países com razoável taxa de vacinação, como é o caso do Brasil, possam superar de forma menos traumática esse aumento exponencial da transmissão do vírus, mas nosso sistema de saúde já começa a acusar sobrecarga nas áreas de atendimento básico. É hora, portanto, de agir com celeridade e inteligência para que a alta expressiva de contaminações não desemboque nas UTIs.
Em primeiríssimo lugar, não adianta ficar apenas procurando culpados nem retomar o debate sobre o negacionismo oficial, que, infelizmente, continua atrapalhando o esforço da maioria da população para superar a crise sanitária. Diante do atual quadro, o mais sensato é que cidadãos e autoridades públicas comprometidas com a saúde readotem medidas preventivas como a testagem massiva de pacientes, a suspensão de eventos comunitários, o isolamento social, o uso de máscaras protetivas e a restrição de encontros necessários para ambientes abertos.
Adicionalmente, é fundamental que as pessoas busquem informações confiáveis sobre o novo momento da pandemia. Ainda que as primeiras constatações sobre os infectados com a nova cepa sejam animadoras, pois a doença parece ter se tornado mais branda, médicos e cientistas lembram que uma grande quantidade de contaminados tende a gerar alguns casos graves que podem levar a óbitos. Resumindo: o coronavírus continua abreviando vidas, não pode ser negligenciado.
Embora a explosão de contágios seja uma realidade e deixe a impressão de retrocesso nesta luta que a família humana vem empreendendo há mais de dois anos contra o vírus letal, a verdade é que, graças à ciência, ao trabalho incansável de várias categorias profissionais e à resiliência da população, já podemos contar com armas de defesa eficazes: as vacinas, os exames, os cuidados pessoais, os protocolos comportamentais e, principalmente, a conscientização de que cada indivíduo pode fazer a sua parte nesta tarefa coletiva de valorizar a vida.
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