sexta-feira, 3 de setembro de 2021


03 DE SETEMBRO DE 2021
RUMO AO CATAR

A SÉTIMA CONSECUTIVA

Em partida sem brilho, Seleção derrota o Chile por 1 a 0 fora de casa, mantém 100% e bate recorde histórico

A atuação ficou longe do ideal, mas Tite escreveu seu nome na história da Seleção Brasileira. Ao bater o Chile por 1 a 0, em Santiago, ontem à noite, o treinador alcançou a melhor arrancada do Brasil em Eliminatórias para a Copa do Mundo: superou o também gaúcho João Saldanha que, em 1969, havia vencido as seis primeiras rodadas. 

A sétima e histórica vitória foi conquistada com gol de Everton Ribeiro no segundo tempo e deixa a equipe na liderança da tabela, com 100% de aproveitamento e seis pontos de vantagem para a segunda colocada, Argentina, que bateu a Venezuela fora de casa e será a adversária deste domingo, em São Paulo. O confronto, aliás, servirá como revanche pela final da Copa América, disputada em julho.

Para encarar os chilenos, o técnico da Seleção teve de lidar com a ausência de nove jogadores que atuam no futebol inglês e não foram liberados por seus clubes, por conta da covid-19, além de Malcom e Claudinho, requisitados de volta pelo Zenit, da Rússia. Desta forma, as maiores novidades estiveram no ataque, em que Vinícius Júnior e Gabigol foram promovidos à titularidade.

A dupla, aliás, foi responsável pelo primeiro lance de perigo assim que a bola rolou, mas a defesa chilena cortou o passe do flamenguista antes que ele encontrasse o ponta do Real Madrid na pequena área. Em seguida, foi a vez de Bruno Guimarães se projetar e, acionado por Neymar, sair na cara do goleiro Bravo. Antes do chute, porém, foi travado.

Os donos da casa também não deixaram por menos. Empurrados pelos mais de 8 mil torcedores que compareceram ao Estádio Monumental David Arellano, tomaram conta da partida. Com dificuldade para encaixar a marcação, o Brasil se fechava, esperando por um contra-ataque. Quando ele surgiu, Neymar desperdiçou: pegou embaixo da bola, mandando muito acima do travessão de Bravo.

A pressão dos chilenos continuou. Em cobrança de falta de Vidal, Weverton espalmou para frente e, quando Eduardo Vargas mergulhou de peixinho, o palmeirense impediu que o placar fosse aberto. Minutos depois, o goleiro seria batido por Morales, mas o árbitro anulou o gol por impedimento de Mena no momento do passe. Antes do intervalo, ele ainda trabalharia uma última vez, em nova tentativa de Vidal, de longa distância. Em resumo: o empate saiu barato para a Seleção.

Mortal

Disposto a alterar o cenário, Tite voltou do intervalo com Everton Ribeiro e Gerson. As mudanças, contudo, não inibiram o Chile, que seguiu em cima. Não fosse um carrinho providencial de Alex Sandro na área, Aránguiz poderia ter aberto o placar logo na largada.

A facilidade era tamanha para o Chile que os anfitriões foram baixando o ritmo. Até que, aos 18min, Danilo avançou praticamente sem marcação e passou para Everton Ribeiro, que achou Neymar. O camisa 10 perdeu o gol na cara de Bravo, mas Everton Ribeiro não perdoou no rebote: 1 a 0. O gol animou a equipe brasileira, que quase ampliou em seguida, quando Marquinhos apareceu na área e foi avançando às divididas, batendo fraco contra o goleiro.

Os chilenos se tornaram ainda mais ofensivos a partir da entrada do meia-atacante Carlos Palacios. Foi em uma jogada do colorado, inclusive, que Marquinhos recebeu cartão amarelo e fica fora do jogo contra a Argentina por suspensão. Até mesmo por isso, o Brasil já não estava mais disposto a correr riscos. Assim, sempre que pegava a bola, trocava passes lentos, fazendo o cronômetro correr, para a irritação dos rivais. Foi a vitória da experiência, de quem lidera as Eliminatórias com folga.

FILIPE DUARTE

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