Patos do Parcão em discussão
Acostumados com a presença de patos, marrecos e gansos no Parque Moinhos de Vento, o Parcão, frequentadores vêm divergindo sobre a retirada dos animais do espaço. No começo do mês, a prefeitura de Porto Alegre informou que as aves serão removidas do local e levadas para um espaço mais apropriado.
A mudança ocorre, segundo a prefeitura, porque o local não é adequado aos animais, que ficam expostos a predadores, como cachorros e cágados, por exemplo. Além disso, as aves acabam ingerindo a água do lago, que é imprópria, e são alimentadas pelos frequentadores, o que é proibido.
Para o médico aposentado, Cláudio Braga, 79 anos, que mora perto do Parcão e passeia no local todas as manhãs com sua cachorrinha, a decisão da prefeitura é acertada.
- Eu noto que, na época de desova, filhotes vão para o lago e são devorados por pássaros e outros predadores. Vem gente aqui e dá comida para eles, coisas que eles não deveriam consumir. Vai ficar um lago mais triste, sim, mas um hábitat mais seguro é o melhor para eles - opina.
Segundo a prefeitura, nenhuma ave foi colocada no espaço pela administração municipal. Os patos dali não são animais nativos: eles foram abandonados por seus antigos donos e se reproduziram no local.
Para Cândida Machado, 53, no entanto, o parque vai perder a identidade sem as aves. Ela entende que os animais sempre estiveram ali, já se adaptaram e têm uma vida boa no local:
- Acho que acaba tirando a característica daqui, a identidade. Há muitas crianças que passeiam no parque que vivem em apartamento e não têm esse contato. Elas brincam, interagem, e isso é ótimo para elas.
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (Smamus), há cerca de 30 aves no lago. Oito filhotes de patos já foram removidos dali, porque estavam em risco, e serão enviados para o Santuário Filhos da Luz, em Tramandaí, no Litoral Norte.
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