15 DE SETEMBRO DE 2021
+ ECONOMIA
Uma sacudida na política de reajuste de preço da Petrobras
Se o tuíte em que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), achou necessário lembrar à Petrobras que "os brasileiros são seus acionistas" já reabasteceu o mercado de incerteza, outra frase aditivou o efeito. Enquanto o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, tratava de esfriar a ebulição na inesperada Comissão Geral da Câmara convocada de véspera, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, decidiu contribuir para a combustão.
- A Petrobras, por exemplo, passa preços muito mais rápido do que a grande parte dos outros países. A gente tem olhado isso também - disse no MacroDay 2021, do BTG.
Lira trouxe de volta o debate que fez o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar, sobre o Banco do Brasil, que "não é tatu nem cobra". Foi alusão à condição dupla de estatal e empresa de capital aberto, dividida entre as pressões por contribuição à sociedade e máximo lucro.
Somadas, as duas declarações, de Lira e de Campos Neto, ampliam a interrogação sobre o futuro da política de paridade de preços de importação (PPI) que vem norteando os reajustes dos combustíveis no Brasil. Ao afirmar que "tem olhado isso", o presidente do BC sugere alguma consequência dessa "olhada".
No horizonte de Campos Neto, estava a tentativa de frear especulações de alta mais acentuada no juro na reunião do Comitê de Política Monetária do dia 22. Desde o resultado acima do esperado no IPCA de agosto, pipocavam projeções de alta de 1,25 ponto percentual no juro básico. No mês passado, os grandes vilões da inflação foram os combustíveis.
- A gente tem um instrumento na mão que vai ser usado e pode levar a Selic até onde precisar para convergência da meta no horizonte relevante. Mas isso não significa que o BC vai ter alterações no plano de voo a cada dado de alta frequência - disse o presidente do BC.
Foi uma referência à divulgação quinzenal da inflação oficial: o IPCA-15, medido de metade do mês anterior até a metade do atual, e o IPCA cheio, do início ao fim do mês.
Já a intenção de Lira ao estimular as cobranças por uma Petrobras mais estatal do que companhia de capital aberto é insondável. Mas dois agentes de peso sinalizaram que calibragens na política de preços da Petrobras não estão fora de cenário.
Consumo "decolou" no RS
Em julho, o consumo das classes C e D aumentou 11% no Rio Grande do Sul em relação ao mês anterior. A média nacional foi de 5%. O mais surpreendente na Pesquisa de Hábitos de Consumo da Superdigital, fintech do Grupo Santander, é que o crescimento do consumo gaúcho nessas faixas foi puxado pelo aumento nas compras de passagens aéreas. Ante junho, o salto foi de 103%.
Em segundo lugar, aparece o segmento de diversão e entretenimento, com alta de 16%, seguido do setor de transportes, com 14%. Pelo perfil, é um movimento aditivado pelas férias de meio de ano. Segundo Luciana Godoy, CEO da Superdigital no Brasil, os números de julho consolidam a recuperação no consumo destas classes sociais, dado o histórico dos últimos dois meses.
A ética nas relações humanas é o tema da palestra de Eduardo Giannetti da fonseca na abertura do CONGREGARH, amanhã, às 9h20min. o evento da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Estado (ABRH-RS) segue em formato online, com discussão focada em superação.
0,5%
foi a revisão da projeção do Itaú Unibanco para o crescimento do PIB em 2022. Até agora, era de 1,5%. Conforme a área de macroeconomia do banco, o motivo é a taxa de juro mais alta. Outros bancos e consultorias também reduziram suas expectativas para o PIB de 2022. Para a MB Associados, será de 0,4%, para o JP Morgan, 0,9%.
Negócios de futuro
Totem para relativizar big techs
Empresa gaúcha de tecnologia especializada em marketing digital, a Dinamize desenvolveu um totem para captação de dados de clientes. É uma inovação para o varejo, que busca aproximar os pontos de vendas físicos da realidade online de cada empresa. O equipamento foi criado em parceria com a loja Convexo. O objetivo do projeto é facilitar a captação dos dados de clientes no varejo offline.
Segundo o diretor executivo da Dinamize, Jonatas Abbott, esse movimento de captação de dados contribui para diminuir a dependência das marcas em relação às big techs, como Facebook, Instagram e Google Ads. Embora sejam consideradas incontornáveis, algumas dessas empresas têm sido condenadas por práticas anticoncorrenciais.
Por meio do totem com uma tela interativa, o cliente efetua o cadastro e recebe brindes da marca. O equipamento está conectado com a Dinamize Automation - tecnologia que facilita ações para atrair clientes potenciais e aumentar vendas. A Dinamize teve aumento de 54% nas vendas na primeira metade do ano.
Cresce apoio à volta do horário de verão
A coluna se convenceu de que é preciso retomar o horário de verão depois de ouvir o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pedir para moderar o uso do ferro de passar. Agora, o movimento iniciado por entidades de turismo e de bares e restaurantes, que havia ganho a adesão da Associação Brasileira dos Shopping Centers (Abrasce), recebeu mais apoio. Aderiram nesta semana o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o Instituto Clima e Sociedade e o International Energy Initiative, entre outras entidades.
A economia de energia prevista com a volta do horário de verão é pequena. Mas Luiz Eduardo Barata, ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), argumenta:
- O ganho é pequeno, mas, neste momento, precisamos contar megawatt por megawatt.
Agora, até a projeção da redução no consumo no horário de verão, que girava em torno de 1%, subiu para entre 2% e 3%. Barata lembra que o ONS preferia manter o horário de verão, mas a mudança no horário de pico, do intervalo entre 18h e 21h para o período de início e meio da tarde, acabou determinando o fim do fuso horário especial. O ex-diretor do ONS alertou que a decisão sobre a retomada deve ser rápida, porque vai mudar rotinas em empresas e famílias.
Quem já apoia
Entidades de turismo (CNTur e Feturismo)
Entidades que representam bares e restaurantes
Entidades de shopping centers
Instituto de Defesa do Consumidor (Idec)
Instituto Clima e Sociedade
International Energy Initiative
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