quinta-feira, 16 de setembro de 2021


16 DE SETEMBRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS

DOSES DE ESPERANÇA

Os números da Secretaria Estadual da Saúde (SES) indicando que mais de dois terços dos municípios do Rio Grande do Sul não registraram mortes por covid-19 em agosto comprovam as expectativas de que a vacinação seria a grande arma para deter a pandemia. É nítido que, de acordo com o avanço da imunização, nos últimos meses, também caem os números de mortes pelo novo coronavírus. Note-se que, no mês imediatamente anterior, em julho, menos da metade das prefeituras não havia registrado vítimas fatais. Agora, inclusive cidades médias celebram não ter uma vida sequer perdida para o vírus que atormenta o mundo desde o início de 2020.

O Rio Grande do Sul é uma das unidades da federação com a vacinação mais adiantada. Mais de 40% da população têm o esquema completo, com duas doses aplicadas ou uma, no caso do fármaco da Janssen. É uma conse- quência, sem dúvida, da esmagadora adesão do poder público e da sociedade à estratégia, comprovada pela ciência, de ter a imunização como principal meio para barrar a transmissão e evitar casos graves e mortes. A vacinação só não é mais rápida pela indisponibilidade de doses. A grande aderência mostra que a conscientização venceu as insidiosas campanhas de desinformação que, apesar de ainda não terem cessado, conseguem plantar a semente da dúvida em um número cada vez menor de pessoas.

O bom desempenho das campanhas de vacinação conta com a contribuição do Movimento Gaúchos Unidos pela Vacina, que fez ontem a prestação pública do auxilio a 270 municípios com R$ 1,1 milhão em doações viabilizados por Yara Brasil, Instituto Gerdau e Instituto Helda Gerdau Johannpeter (confira reportagem na página 22). Freezers, câmaras de conservação, caixas térmicas com termômetros, entre outros itens, foram repassados para prefeituras com o objetivo de municiar as equipes de saúde com os equipamentos necessários para solucionar carências e dar agilidade e qualidade à imunização. Em nível nacional, a mobilização tem à frente o Grupo Mulheres do Brasil, presidido pela empresária Luiza Trajano e, no Estado, conta com o apoio de empresários e de entidades, entre elas a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão. A conexão entre as empresas doadoras e as regiões beneficiadas foi feita pelo Instituto Cultural Floresta.

São múltiplas as razões que levam o Estado a ver cair sensivelmente a quantidade de mortes por covid-19. Depois do pico em março, com 8,4 mil óbitos, os números caem há cinco meses consecutivos. Em agosto, o Rio Grande do Sul somou 764 vítimas fatais, menos da metade de julho. Os números ainda são elevados e a mobilização deve continuar, sem que isso ofusque o reconhecimento dos avanços. A curva indica que se está no caminho certo, o que possibilita novas flexibilizações para atividades econômicas. Por trás desse resultado está o esforço dos profissionais da saúde, nos pontos de vacinação e nos hospitais, assim como o engajamento da sociedade civil organizada, do poder público e da população. A pandemia, no entanto, ainda não foi vencida. O comprometimento coletivo com medidas não farmacológicas, como uso de máscara e distanciamento, segue indispensável como escudeiro da vacina. 

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