Na letra da história
A história da mulher gaúcha é tema de pesquisa da escritora Elma Sant?Ana há 30 anos, motivada pela vontade de preencher a lacuna da literatura referente a personagens femininas profundamente conectadas à origem e ao desenvolvimento do Estado. A gaúcha de Triunfo já publicou 11 obras dentro desta temática, sendo que sua maior paixão é a "menina dos pés descalços de Laguna", a catarinense que fez história no Rio Grande do Sul e que encorajou Elma a fundar o Instituto Anita Garibaldi.
- Anita seguiu os seus sonhos. Esses dias uma autoridade até disse: "Se não fosse Garibaldi, Anita não existia". Existia. Anita sempre teve luz própria. Era uma criança pobre que andava na beira do mar, sempre questionando as coisas, gostava de saber o que estava acontecendo. Ela era uma heroína por dentro, mas não tinha tido oportunidade. No momento em que conheceu a pessoa que ela realmente amou, ela seguiu seu coração, lutou e tocou pra frente os seus ideais.
Em 2017, "sem ter sequer um vestido de prenda", Elma foi patrona dos Festejos Farroupilhas do RS, exemplo das diferentes formas de se dedicar ao tradicionalismo e de trabalhar pela cultura do Estado. Em 2021, a escritora foi escolhida presidente da Comissão do Bicentenário de Anita Garibaldi, celebração decretada pelo governo do Estado que tem promovido eventos virtuais e presenciais em todo o território gaúcho, em memória da guerreira.
- O fato de ser escolhido o ano de Anita neste ano deu muita força para as mulheres, que estão se sentindo mais valorizadas. Quando é que uma mulher foi homenageada dentro do tradicionalismo? Esse reconhecimento ao protagonismo feminino foi muito lento, e sempre a mulher exerceu um papel bastante secundário, então vejo com bons olhos que elas estejam agora com muita força. As mulheres estão muito poderosas, e Liliana Cardoso é um exemplo disso tudo. Ela me diz: "Eu sou uma Anita negra, eu sou uma Anita farrapa" - afirma Elma.
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