A nova batalha da isenção de IR até R$ 5 mil
Depois da aprovação unânime da isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil na Câmara dos Deputados, incluída a compensação do imposto mínimo, surgiu uma nova batalha no Senado, que tem votação do tema prevista para hoje. Nas contas do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), da forma como saiu da outra Casa, o projeto provocaria perda de arrecadação que estima de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões.
Neste caso, personagens importam. Calheiros, relator do projeto no Senado, é adversário político direto do relator do projeto na Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que deixou sua digital no texto ao estender efeitos para quem ganha até R$ 7.350. Pode ser uma saudável preocupação fiscal? Pode, mas...
Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com Calheiros e saiu dizendo que há outras projeções de falta de compensação, como a da Instituição Fiscal Independente (IFI) - a mesma que aponta rombo de R$ 27,1 bilhões neste ano - e outra de técnicos do Senado.
Para zerar perdas, mais uma votação
- O Senado pode dar sua contribuição aprovando um projeto complementar para não colocar em risco a neutralidade fiscal - disse Haddad.
Mas o próprio ministro relativizou o cálculo porque, caso seja necessário um projeto complementar, será preciso uma nova votação na Câmara. Essa nova rodada ameaça, ao mesmo tempo, a aprovação completa neste ano, para entrar em vigor no próximo, e a relação entre governo e Congresso.
- Vamos analisar com cautela, uma vez que estamos muito próximos do equilíbrio. Vamos bater os cálculos na Fazenda - condicionou Haddad.
A menos que o rombo seja significativo, o governo tende a relativizar a necessidade de mexer no projeto. Segundo Haddad, com nova receita prevista em R$ 31 bilhões, até R$ 4 bilhões de perdas seriam "facilmente ajustáveis", porque o balanço estaria "perto da neutralidade fiscal exigida em lei". A IFI estima perda de R$ 1 bilhão, mas adverte que há "incerteza relevante quanto ao resultado final, com risco concreto de perda". _
Com corte de juro nos EUA, a bolsa teve novo recorde, com alta de 0,8%, para 148,6 mil pontos. O dólar ficou quase estável (-0,03%), em R$ 5,358, porque houve sinalização de dúvidas na diretoria do Fed sobre a decisão de dezembro.
Combate desorganizado ao crime organizado
Há quase exatos dois meses, uma operação da Polícia Federal desmontou um esquema criminoso que controlava de postos de combustíveis a usinas de etanol, alcançando infiltração até na Faria Lima, símbolo do mercado financeiro no Brasil. Nenhum tiro foi disparado.
Ontem, o Brasil acordou assombrado com dezenas de corpos enfileirados, não contabilizados na intervenção policial mais letal da história do Rio de Janeiro, que já acumulava meia centena de mortes. Depois, passou de cem.
É claro que as duas mobilizações têm objetivo e caráter diferentes. A que foi deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha visava a retomada de territórios ocupados pelo narcotráfico, onde o poder público não entra. O caminho foi aberto a bala, provocando danos colaterais a famílias, escolas, negócios. E assim que a polícia sair, os traficantes voltam. Foi um combate desorganizado ao crime organizado. É óbvio que é preciso impedir que cidadãos sejam obrigados a prestar contas a narcotraficantes e não às instituições públicas, mas a repetição piorada dessas cenas é a prova de sua ineficiência.
Impedir que criminosos ocupem áreas e obstruam o acesso institucional é questão de soberania nacional. Fazer isso no varejo, com alto risco inclusive para quem é vítima dessa circunstância, é uma fórmula repetida há décadas, com resultados sempre piores. Essa tragédia foi grande demais para ser página virada. Precisa desembocar em um acordo mínimo entre a União e Estados que passa pelo projeto Antifacção, ainda que com ajustes. _
Enfim, redução industrial de custos com impressão 3D
Depois da fase "bacanice", a impressão 3D agora fala sério: a Stihl de São Leopoldo adotou a tecnologia na produção de itens de baixa complexidade, com boa redução de custos.
Em 2024, investiu R$ 60 mil para comprar quatro impressoras. Em cerca de três meses, já teve retorno do valor. Estima ter economizado R$ 1 milhão com a iniciativa, descontados todos os custos de aquisição, matéria-prima, energia e tempo de trabalho dos profissionais.
A empresa usa filamentos de plástico como matéria-prima para fabricar embalagens, dispositivos e ferramentas que antes eram adquiridos de fornecedores e apresentavam custo e prazo de entrega elevados. _
R$ 3 milhões para projetos sociais
O Sescoop/RS lança hoje seu edital do Fundo Social 2026, que vai destinar R$ 3 milhões a projetos sociais de cooperativas gaúchas. Busca fortalecer os pilares social e ambiental da agenda ESG, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e o sétimo princípio do cooperativismo: interesse pela comunidade.
Em três edições, o Fundo Social destinou R$ 8 milhões para projetos de responsabilidade socioambiental e cooperativismo. Entre as 17 iniciativas apoiadas neste ano, estão o Multiplicadores Lixo Zero, da Cooperconcórdia, e o Batalhão do Bem, da Unicred Ponto Capital - ambos selecionados para participar da COP30, em Belém.
Cooperativas interessadas podem se inscrever até 30 de novembro. O resultado sai em 23 de janeiro de 2026. _
Tivemos visões muito divergentes, e uma nova redução (do juro) em dezembro não é uma decisão previsível. Longe disso.
Jerome Powell - Presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) - carona pra firma
Com presença em cerca de 30 países e usada por ao redor de 400 empresas, a Deskbee, nascida no RS, lançou módulo de carona corporativa. A ideia é conectar colaboradores da mesma empresa para compartilhar trajetos ao trabalho. O BeeBynd está conectado à plataforma que se apresenta como líder no Brasil em tecnologia para gestão de espaços e trabalho híbrido. Mira deslocamento colaborativo, com menos estresse e menor impacto ambiental.