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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
02 de janeiro de 2012 | N° 16934
PAULO SANT’ANA
Os parisienses
Quem já foi a uma reunião de condomínio? Não há encontro mais belicoso, nem entre nações que estão prestes a declarar guerra uma à outra, do que na reunião de condomínio.
Mas pelo menos para uma coisa serve a reunião de condomínio: para unir os casais entre si.
Podem marido e mulher ficar brigando o mês inteiro, entrar na mais absoluta divergência sobre tudo, mas, se forem os dois representar o seu apartamento na reunião de condomínio, então nunca se viu casal mais harmonioso em pontos de vista e mais decidido a conquistar interesses comuns, eles apenas são contra os outros condôminos.
Só uma vez em minha vida, em Garopaba, assisti a uma briga violenta entre um casal em plena reunião de condomínio. Eles começaram uníssonos em torno do mesmo ideal, mas logo em seguida o casal se desentendeu e um dava razão aos outros condôminos e outro queria a razão para si.
Terminaram quase se atracando a tapas, um lá no fundo da assembleia, o outro na fila da frente.
E, em todas as votações daquele dia, o casal se posicionou de modo diferente um do outro. Quando terminou a assembleia, um saiu longe do outro, supondo os outros condôminos que o pau pegou ao chegarem em casa.
Eu gosto muito de Paris, mas tenho péssima ideia sobre os parisienses.
Muito pelo que me falou um garçom brasileiro, natural aqui de Estância Velha (RS), que já vivia fazia oito anos em Paris.
Ele me contou que os parisienses odeiam os árabes, detestam os árabes, jamais se dirigem aos árabes nas ruas ou nas linhas de metrô de Paris.
Como em Paris os árabes enchem os metrôs e as ruas, os parisienses vivem um inferno em sua própria cidade.
Me contou também o garçom gaúcho que trabalha em um restaurante de Saint-Germain-des-Prés que os parisienses odeiam os negros, detestam os negros.
E, como Paris está repleta de negros, os parisienses têm extrema dificuldade de relacionamento com os imigrantes oriundos da África e que pululam em Paris.
Mas, além de odiarem os árabes e os negros, me disse o garçom que os parisienses odeiam também todos os estrangeiros. E odeiam ainda mais os turistas, eis que estes são determinantes para que o custo de vida em Paris importe em mais que o dobro do que custa nas cidades do interior da França, o que acaba estourando nos bolsos dos parisienses.
E terminou assim o garçom brasileiro: “Afinal, Sant’Ana, vivendo oito anos aqui, adquiri a certeza de que os parisienses, além de serem racistas e xenófobos, detestam também os próprios parisienses”.
São terríveis os parisienses. Mas habitam uma cidade fantástica.
O ex-deputado estadual Luiz Fernando Staub se considera muito azarado.
Então, eu pedi a ele que me desse um exemplo desse seu azar tão célebre. E ele não teve dúvida: “Há três anos dirijo carro em Porto Alegre, nesse período todo, sem exceção, jamais encontrei em qualquer esquina um sinal aberto para mim”.
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