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sábado, 17 de julho de 2010
O iPhone renovado
Novo celular da Apple volta a apontar o futuro. O que ele tem de inovador – e o que é velho
Bruno Ferrari, de São Francisco - Justin Sullivan - INSPIRAÇÃO
Steve Jobs no lançamento do iPhone 4 em São Francisco. O aparelho traz inovações como giroscópio, antena e programas como FaceTime para vídeo
Steve Jobs, presidente da Apple, confirmou seu status mítico de inovador tecnológico na semana passada, logo após o lançamento do novo celular, o iPhone 4, em São Francisco, nos Estados Unidos. Ao final da apresentação, realizada no Moscone Center, Jobs apareceu de surpresa num salão anexo, onde jornalistas e notáveis do setor de tecnologia experimentavam o aparelho.
Durante alguns segundos, todos ficaram paralisados com aquela figura magra e lendária desfilando com sua pequena comitiva de executivos da Apple. Não demorou para que todos o cercassem. Uns para tentar uma entrevista quase impossível, outros para cumprimentá-lo. E alguns simplesmente para reverenciá-lo.
Jobs não se alterou. Caminhou por ali de forma descontraída por mais cinco minutos, com um sorriso tímido e a expressão de satisfação no rosto. Com bons motivos. O lançamento recolocou o iPhone na vanguarda tecnológica dos celulares, abrindo nova vantagem competitiva em relação aos concorrentes.
O iPhone 4 é a maior transformação do aparelho desde o lançamento do produto, em 2007. E traz inovações que repercutirão no mercado dos celulares. A principal mudança veio no design. Ele está mais fino, tem acabamento de vidro e aço inoxidável, uma câmera que grava vídeos em formato HD e tela com o que é provavelmente a melhor resolução necessária a um telefone.
Ganhou novo sistema operacional, o iOS4, e herdou programas dos irmãos mais velhos, MacBook e iPad, como o iBook e o iMovie. Também estreou uma ferramenta de videochamada, o FaceTime, uma espécie de Skype para usuários de iPhone. É apontada por especialistas como o padrão que faltava para popularizar as ligações com vídeo.
Por outro lado, Jobs sabe que o iPhone não está sozinho agora, como estava em 2007. Em sua apresentação, deixou claro que seu principal rival hoje é o Google, dono do sistema Android, que vem ganhando o mercado mundial rapidamente, embarcado em aparelhos fabricados por Samsung, LG e Motorola.
Algumas novidades do iPhone, como capacidade multitarefa, câmera de 5 megapixels, vídeos em 720p, videochamada e processador de 1 GHz, são características que outros aparelhos como os Androids já traziam.
Mas a principal força do iPhone (e também do iPad) é o dinâmico mercado de programas (ou aplicativos) feitos por terceiros. É isso que gera fidelidade dos usuários, diz Charles Golvin, consultor da Forrester Research. Mesmo com a concorrência, a Apple ainda é irresistível tanto para quem consome como para quem desenvolve os programas. Basta pegar os números.
O Google não divulga dados claros para a Android Market, sua loja de programas on-line, mas em março divulgou que haveria um total de 30 mil a 50 mil programinhas para Android. É o que a Apple adiciona em duas semanas. Uma das vantagens da Apple é que o desenvolvedor só precisa testar o programa no iPhone e no iPad.
“Em comparação, quem faz aplicativo para Android precisa testá-lo em dezenas de aparelhos com o sistema”, diz Breno Masi, da FingerTips, brasileira, que desenvolve programas para smartphones de diferentes marcas.
Em sua apresentação, Jobs mostrou um cheque de US$ 1 bilhão, total pago até hoje aos desenvolvedores. Masi faz parte dessa lista: o OXO, um jogo da velha para iPhone, foi criado há dois anos. O programa continua na App Store e rende US$ 2 mil por mês a seus criadores. “É um dinheiro que não nos demanda nenhum trabalho”, diz.
Não dá para desprezar o Google: o sistema Android é o que mais cresce. Nem a RIM, do BlackBerry, que lidera com folga nos Estados Unidos. Ou a Nokia, que domina o mercado mundial e promete um sistema com a Intel e a Telefônica. Mas a Apple mostrou que continua apontando o caminho para os celulares.
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