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sábado, 17 de julho de 2010
17 de julho de 2010 | N° 16399
PAULO SANT’ANA
O assalto
Entro no táxi em frente ao prédio de Zero Hora e me dirijo até a consulta ao médico.
Fiz a pergunta que sempre faço aos taxistas: “O senhor já foi assaltado?”.
O taxista me respondeu que já foi assaltado cinco vezes e a mais grave foi no ano retrasado.
Ele disse que entrou no seu carro um homem relativamente bem trajado. Era dia, quatro horas da tarde.
O ladrão, em meio ao caminho, puxou um revólver e o encostou no tórax do taxista. O taxista, sempre com o carro em movimento, fez menção de puxar dinheiro do bolso, o assaltante se assustou e deu o primeiro tiro no taxista. A bala entrou entre duas costelas.
O taxista engalfinhou-se com o ladrão nos dois bancos dianteiros.
Foi quando o ladrão, ainda portando o revólver, fez o segundo disparo, a bala atingiu a clavícula do taxista, que a essa altura, é lógico, já tinha parado o táxi.
Atingido por dois projéteis, o taxista caiu no chão da rua, imediações da Vila Cruzeiro.
Caído, o taxista sentiu que o assaltante saiu pela outra porta e veio em sua direção. O ladrão mirou na cabeça do taxista e puxou o gatilho por mais três vezes. Sorte que falharam os três tiros, alguém chamou a polícia e o ladrão foi preso. O taxista foi levado ao Pronto Socorro, se salvou e me contou esta história anteontem à tardinha.
Incrível o que esse ladrão disse na polícia, contou-me o taxista.
Interrogado pelo delegado, o ladrão falou: “Veja o senhor o que me aconteceu, seu delegado: na hora mais importante da minha ação, falhou o meu instrumento de trabalho”, referindo-se ao revólver que não disparou em três puxões do gatilho.
Só para se ter uma ideia do que o Brasil gastará em dinheiro público com a realização aqui da Copa do Mundo e da Olimpíada, basta que se diga que com o mesmo dinheiro poderíamos construir metrôs em 10 a 15 capitais brasileiras.
Este meu argumento da frase anterior é irremovível. É demais ver-se que Porto Alegre não tem recursos para erguer um metrô e nós vamos gastar uma fortuna incalculável para termos 30 dias de jogos na Copa do Mundo, mais 30 dias de jogos olímpicos.
Um absurdo monumental.
Repito a minha frase que fez sucesso: “Cueca de veludo e nádegas de fora!”.
Se, depois de realizadas a Copa do Mundo e a Olimpíada no Brasil, restassem para 10 a 15 capitais brasileiras linhas e estações de metrô, erguidas ou ampliadas, valeria a pena sediar os dois eventos.
Se, depois de realizadas a Copa e a Olimpíada no Brasil, restassem 80 presídios novos, 300 hospitais novos, valeria a pena realizar os dois eventos.
Mas querer mostrar ao mundo os dois eventos, escondendo do mundo as nossa misérias e as nossas necessidades, isso se constitui num escárnio e num desperdício inominável.
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