Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
07 de julho de 2010 | N° 16389
MARTHA MEDEIROS
Índio quer apito
Muitas coisas desmotivam o eleitor brasileiro, desde os subterfúgios para escapar de lei Ficha Limpa até a corrupção incessante, que nunca arrefece, não importa quem esteja no governo. Eu me desmotivo por isso tudo também, mas principalmente pelos critérios com que hoje se escolhem companheiros de chapa: vale quem trouxer benefícios até o dia da eleição, e não benefícios após ser eleito.
O caso do vice de José Serra não é único, mas é o mais recente. Lendo as matérias sobre a escolha de Indio da Costa como candidato a vice, não li uma única frase sobre seus atributos como cidadão e homem público.
“Pressionado, Serra aceita deputado do DEM como vice”. Esta manchete está longe de ser o anúncio de um parceiro escolhido por ser competente e capaz de substituir o presidente no caso de esse faltar.
“Diante do risco de desmonte da aliança que sustenta sua candidatura...”, Serra engole o fulano que mal conhece. O importante é agradar à cúpula e aos crápulas.
“O nome que valerá três minutos na propaganda na TV.” Esse é o principal argumento a favor da escolha de um político que, por enquanto, só o que se sabe é que foi namorado da filha de Salvatore Cacciola, o que não é mérito nem demérito, é informação irrelevante.
O que importa são os três minutos a mais de espaço para convencer o eleitor de que o PSDB merece voltar ao governo. Talvez mereça. Talvez não. Como saber, se os interesses políticos passam tão longe dos interesses da população?
Não há mais nem o pudor de disfarçar. A portas fechadas, alinhavam-se os toma lá dá cá e a última coisa a que os candidatos se dedicam é formatar um programa de gestão que solucione de vez os problemas até hoje irremediáveis da nação brasileira. Não há espaço para inocência: sem o apoio de um partido e de outro, não se constrói uma candidatura com chances de vitória.
E, vencendo, será a hora de retribuir esse apoio, de distribuir cargos, de pagar a aposta feita. Uma dívida que não se esgota, que se retroalimenta, e disso vive a política, de conchavos e vaidades, de vitórias e derrotas contabilizadas nos corredores dos ministérios e nas votações em plenário, como se o QG do poder reunisse em si mesmo um país à parte, onde reside o único povo a quem se olha e protege: o povo chamado classe política.
O povo de fora não apita.
Uma ótima quarta-feira para vc. Aproveite o dia
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário