Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
26 de julho de 2010 | N° 16408
KLEDIR RAMIL
Persona non grata
João Schmidt, meu produtor de shows, é um sujeito divertido. Uma figura agradável e ótimo companheiro de viagem. Como se não bastasse, é um profissional da melhor qualidade. Nossas viagens a trabalho são sempre em clima de alto astral, graças a esse parceiro que vive em estado de euforia permanente. Dizem que caiu no pote quando era criança.
Como ninguém é perfeito, ele também tem suas particularidades. É um fumador compulsivo e, como todos nós, tem alguns “desvios de comportamento”. Mas se recusa a entrar na igreja pra se confessar, sob o argumento de que ainda é cedo. Quando garoto era conhecido como João Maçaneta, apelido que trazia subentendido o significado de “onde todo mundo mete a mão”. O que ele considera um exagero dos colegas.
João adora organizar festas. São famosas. E nunca me convida. Este ano organizou uma feijoada pra festejar o Dia de São Jorge em seu apartamento na Lapa. Convidou todo o meio artístico do Rio de Janeiro, menos eu. Fiquei deprimido.
Chamei pra uma conversa e ele foi bem sincero comigo: “Kledir, você atrapalha. Chega nos lugares e pede pra desligar o ar condicionado. Não bebe, se incomoda com fumaça de cigarro, pede pra abaixar o volume do som... me poupe! Eu gosto é de farra! Vai jantar com esses teus amiguinhos da literatura!”.
Me senti rejeitado, persona non grata.
Dias depois, tentei uma jogada. Liguei pra Márcia, sua fiel escudeira que ele chama de “minha Babá”, disfarcei a voz e falei que estava retornando a ligação para confirmar minha presença no pagode de segunda-feira. Inventei um nome qualquer e disse que era amigo do Túlio. Foi aí que Márcia reconheceu minha voz e falou:
“Ô, Kledir, vai te catar! Você sabe que eu tenho ordens pra não te deixar entrar. Aqui não tem essa frescura de RSVP”. Tentei argumentar: “Mas eu também sou filho de Deus”. E ela: “Pros filhos de Deus tem um templo ali na esquina. Aqui é só pro pessoal do balacobaco”.
Resolvi então partir pra ignorância. Chamei meu advogado e entrei com um mandato judicial contra o Sr. João Schmidt, por discriminação de minorias, no caso, nós os vegetarianos, não fumantes e sem sal. O processo está tramitando na justiça e tenho esperança que o veredicto saia antes da festa de Cosme e Damião. Que, em geral, é das mais animadas.
Neste dia das Avós, o abraço e os parabéns para todas as vovós leitoras deste blogger. Uma ótima semana
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