segunda-feira, 19 de julho de 2010



19 de julho de 2010 | N° 16401
PAULO SANT’ANA


Outro lado do SUS

Perguntaram-me se sou contra ou a favor do casamento gay.

Respondi: “Sou contra qualquer tipo de casamento, inclusive de homem com mulher”.

E me disseram que casamento gay é “um dia no meu, outro dia no teu”, e perguntaram se sou a favor disso.

Quero dizer a respeito disso que aí depende do contrato, há casamentos gays em que o contrato é bilateral, outros em que é unilateral.

Sempre critico a fila de cirurgias e a fila de consultas do SUS, mas quero avisar que considero o SUS uma grande invenção, pela qual cerca de 100 milhões de brasileiros têm atendimento de saúde, levando-se em conta principalmente que a maioria desses 100 milhões nunca descontou um tostão para a Previdência, no entanto têm direito a atendimento, manda a Constituição de 1988.

Não fosse o SUS e estaríamos mais perto das cavernas.

Recebi do presidente do Conselho Regional de Medicina: “Prezado Paulo Sant’Ana. Parabéns por suas posições firmes e insistentes em favor de um Sistema Único de Saúde que realmente cumpra os objetivos pelos quais foi criado em 1988, ou seja, assegurar acesso integral e universal para 180 milhões de brasileiros.

A falta de um financiamento adequado do sistema e uma política que coloca em segundo plano o tratamento da doença em nome da prevenção resultam em filas para consultas, exames e cirurgias. Com isso, pacientes acabam morrendo ou sofrendo sequelas antes do atendimento ‘integral’.

A má gestão dos recursos também contribui para esse quadro de calamidade nas urgências e emergências, em que médicos trabalham sobrecarregados diante do acúmulo de pacientes. Essa situação não seria tão cruel e desumana se as 16 Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas, integradas ao Samu, previstas para estarem concluídas em 2009, estivessem funcionando. Até agora, apenas uma saiu do papel, mas ainda está em obras.

O Ministério da Saúde já entregou R$ 3,6 milhões para o projeto, que prevê a construção de 32 UPAs, duas em Porto Alegre. O volume total de recursos é de R$ 36,6 milhões. Já para construir um novo estádio de futebol em São Paulo, visando à Copa de 2014, serão necessários pelo menos R$ 700 milhões. Há uma inversão total de prioridades neste país. Atenciosamente, (ass.) Dr. Fernando Weber Matos, presidente do Cremers”.

Sou um brasileiro relapso, faltam menos de 80 dias para as eleições de 3 de outubro e ainda não escolhi todos os candidatos em quem vou votar. Até agora, só tenho três candidatos escolhidos: para deputado federal, para senador e para governador.

No entanto, já escolhi definitivamente os candidatos em quem não vou votar. Nesses não voto nem que me matem.

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