quinta-feira, 8 de julho de 2010



08 de julho de 2010 | N° 16390
PAULO SANT’ANA


Aforismos de confraria

Quando encontro meus amigos, é que mais eu crio. O entrevero das conversas, recheadas de poesias e provocações, galhofas e recordações, gozosas ou dolorosas, tudo isso faz a trama que me inspira.

Desses encontros de talentos, desses duelos entre frasistas inteligentes, surgem pensamentos, máximas, verdades definitivas sobre a vida. Sentenças irretorquíveis, aforismos. E, entre tantos desses ditos indesmentíveis, os aforismos de Pablo. Algumas dessas tiradas vou dividir com vocês, meus amados leitores.

Numa roda, após me acusarem de monopolizar a palavra, saí-me com esta: “Vou deixar que os outros falem, mas ninguém vai lucrar com isso!”.

Eu e meus amigos somos especiais quando falamos. Somos imprescindíveis quando silenciamos.

Só uma pessoa brilhante pode julgar outra pessoa brilhante.

Pirão tem que ter pimenta, mocotó tem que ter vinho, peixe tem que ser tainha, tainha tem que ser frita e no molho escabeche. Não é mera questão de gosto. É de lei.

Quando um amigo me esquece, mando-lhe uma coroa de flores com a inscrição de saudades eternas. Assim, vai doer a desfeita que me fez, pois ninguém segura experimentar estar morto em vida.

Quem um dia vê exumados os restos do pai é que alcança o significado de uma cremação.

No 1º Congresso Internacional Crack e outras Drogas, promovido pelo Ministério Público gaúcho, em andamento no Salão de Atos da UFRGS, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, clamou pela participação da sociedade na luta de todos contra o tráfico. “Não esperem tudo das instituições, só a Justiça não conseguirá vencer a guerra. Cada família, cada cidadão, somos todos responsáveis.”

Nenhum comentário: