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terça-feira, 13 de julho de 2010
CRISTINA GRILLO
O casamento
RIO DE JANEIRO - Um álbum de fotografias queimado, com nove fotos semidestruídas de um bebê, é até agora o indício mais forte de que Eliza Samudio passou pelo sítio do goleiro Bruno Fernandes em Esmeraldas, Minas Gerais.
Reproduções das imagens foram apresentadas ao pai de Eliza. Em lágrimas, ele reconheceu o neto, o bebê de cinco meses cuja paternidade Bruno não reconhece.
O álbum foi encontrado sábado à tarde pelo repórter da Folha Hudson Corrêa, jogado às margens de um caminho que passa pelos fundos do sítio, usado por moradores da região. Não foi preciso esforço para achá-lo. Estava lá, largado, com cheiro de recém-queimado.
Muitas coisas me espantam em todo esse drama. A polícia não encontrar, a menos de três metros da casa do goleiro, material que o próprio delegado Edson Moreira, responsável pelas investigações, classificou como "o primeiro indício forte" da presença de Eliza no sítio é uma delas.
A grande probabilidade de pessoas estranhas à investigação continuarem a ter acesso ao sítio é outra. O cheiro de material recém-queimado indica que provas podem estar sendo destruídas. O repórter encontrou as fotos. Quais outras evidências porventura existentes no imóvel de Bruno podem ter desaparecido?
E por que o acesso ao sítio não está bloqueado até que uma perícia completa, extensa, seja feita?
Depois de encontrar as fotos queimadas no sábado, o repórter procurou o delegado Edson Moreira. Queria entregar o material, para que fosse anexado ao inquérito.
Moreira disse que só poderia recebê-las na segunda-feira. Estava longe do centro das investigações. Mais especificamente em Unaí, a 570 quilômetros de Belo Horizonte. Ele e a cúpula da polícia mineira estavam na festa de casamento do delegado Wagner Pinto, chefe da delegacia de homicídios.
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