Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
MELCHIADES FILHO
Falso negativo
A DESASTRADA peça de propaganda de Marta Suplicy merece repúdio, mas não a tática do PT de desconstruir Kassab, fustigá-lo, forçá-lo a confrontar e explicar seu passado.
Uma das notícias destas eleições é o alto número de candidatos desconhecidos, com pouco ou nenhum retrospecto eleitoral, que os caciques partidários escolhem em cima da hora para ampliar ou no mínimo preservar suas zonas de influência.
O próximo prefeito de Belo Horizonte será um deles. Marcio Lacerda "milita" há apenas um ano no PSB -o governador Aécio Neves necessitava de um preposto em um partido intermediário para concretizar a ponte do PSDB com o PT.
E Leonardo Quintão (PMDB), seu adversário no segundo turno, marcou a curta carreira de deputado com projetos para outra cidade -Ipatinga, o reduto político do pai.
É natural que a vida e a obra desses e outros "postes" despertem curiosidade e sejam abordadas durante a campanha. Acostumado a votar em pessoas, e não em partidos, o brasileiro tem direito a informações sobre elas. Quintão exagera o "erre" para soar mais mineiro? Lacerda atuou no valerioduto?
Depois da "injúria indireta" de Marta, porém, virou moda rejeitar todo candidato que bate, dizer que a propaganda inquisitiva é influência maldita dos EUA e exigir que os políticos baixem a temperatura e só discutam planos de governo.
Uma seqüência de reportagens na Folha, contudo, revelou o que é essa "agenda positiva": os candidatos invariavelmente copiam programas uns dos outros, reciclam campanhas anteriores e/ou recortam-e-colam idéias implementadas em cidades vizinhas. Há pouca diferença entre as propostas.
Todos apelam a platitudes: priorizar a saúde, investir na educação, melhorar o transporte...
Há, ainda, algo de hipócrita no discurso que pede moderação.
Em 2010, Dilma Rousseff poderá fazer o papel de Kassab e, com o catálogo do PAC nas mãos, desafiar a oposição a comparar obras. Qual atitude terão os serristas, hoje indignados com o acirramento da campanha? Vão topar um debate "técnico"?
Ora, assim como será legítimo vasculhar e questionar a trajetória e as convicções do "poste" de Lula daqui a dois anos, é legítimo hoje acuar o prefeito que assumiu São Paulo sem receber um único voto.
Eleição é escolha. Precisa de contrastes, não de consensos. Por isso, desde que mantenha a civilidade, a propaganda negativa presta um serviço a quem vota. E não é verdade que ela seja sempre ruim para o desconstruído.
Bombardeado pela oposição, João da Costa firmou-se como ator político e garantiu, em Recife, a mais expressiva vitória petista no primeiro turno. Quanto a Kassab, ele resiste na liderança. O eleitor observa, avalia e julga também quem desconstrói.
mfilho@folhasp.com.br
Ótima segunda-feira e uma excelente semana.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário