Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
17 de outubro de 2008
N° 15761 - LIBERATO VIEIRA DA CUNHA
Um ótimo professor
Se há ofício em que banquei o homem dos sete instrumentos, foi o jornalismo. Repórter, redator, editor, cronista, articulista, diagramador, secretário gráfico, secretário de redação, nenhuma dessas nem de outras funções me era alheia. Em 1984, no entanto, a convite de Lauro Schirmer, aceitei um desafio desconhecido: me tornei editorialista de Zero Hora.
Não tinha a menor noção de como se escrevia um editorial, mas encontrei na Redação do jornal o melhor dos professores: Luiz Pilla Vares. Não éramos dois estranhos: havíamos cursado na mesma época, com diferença de duas séries, o Clássico do Colégio Anchieta, e depois, já como colegas de aula, o Direito da UFRGS.
Ele me acolheu contudo como a um parceiro de muitas eras e transmitiu-me em valiosas lições os segredos da nova missão. Em menos de um mês eu já era capaz de escrever o editorial principal de Zero Hora.
Tudo isso se deu sem a menor solenidade. Já não éramos dois colegas: éramos dois amigos. A Redação da Avenida Ipiranga, térreo, era aliás propícia a isso.
Salvo três ou quatro divisórias de vidro, tudo era um campo comum de trabalho. De trabalho e de diversão, pois ali não pisava a formalidade, não sobrava espaço para a cerimônia. Jamais vi um lugar de batente tão alegre e tão democrático.
Aprendi porém a conviver diariamente com um exemplo de concentração. Pouco importando a alaúza geral, Pilla Vares lia. No intervalo entre dois editoriais imergia em tratados de sociologia, de política, de filosofia, sublinhando com traço seguro os trechos que mais o interessavam.
No mais, era o ZH Cultura, cuja edição era dividida por Pilla, por Danilo Ucha e por mim. No mais, era o Porta Larga, um bar com marcada vocação a churrascaria, que ficava na Avenida Erico Verissimo.
Era uma festa permanente e suas 10 ou 12 mesas cenários de infindáveis discussões sobre o presente e o futuro do país – que por sinal ia muito bem, obrigado, com a eleição de Tancredo e o fim da longa noite da ditadura.
Para quem tinha que compor editoriais, não poderia haver melhor tema.
Pilla Vares era um deles, mas já sonhava com horizontes mais largos, moldados de liberdade e de igualdade universais, como revelam seus livros. Não foi outra sua esperança enquanto viveu, nem diversa sua fé ao partir.
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